Disparam-se as despesas dos fogares para consumir o mesmo

Vem de publicar o INE os dados de 2022 do Inquérito de Orçamentos Familiares (IOF), umha operaçom estatística que informa sobre as despesas anuais dos fogares. Em 2022 o volume deste gasto ascendeu a 34,7 mil milhons na Galiza, 13.007,95 euros por pessoa. O gasto médio individual aumentou 10,2% em comparaçom com o ano anterior. Esta suba da fatura em euros correntes em realidade oculta um estancamento na quantidade de bens e serviços consumidos, umha vez que o índice de preços ao consumo cresceu 9%. Volvendo ao IOF, três som os capítulos que suponhem um maior gasto: vivenda, agua, eletricidade, gas e outros combustíveis; alimentaçom e bebidas nom alcoólicas e transporte. Fórom 3.738, 2.210 e 1.930 euros por pessoa respectivamente. Entre as três partidas absorbem 60% do total de gasto dos fogares. Duas delas, as relacionadas com a vivenda e com o transporte, sofrérom um forte aumento de 2021 para 2022. Detemo-nos nelas brevemente para ver a que se deveu este incremento. O grupo de gasto que denomina transporte foi o que experimentou um maior incremento, de 1.490 euros por pessoa em 2021 passou a 1.930 em 2022. Aumentou quase 30%, 440 euros. Os carburantes fórom os principais causantes da suba. Esta verba aumentou 48%, 264 euros a maiores, o que se explica pola evoluçom dos preços. É chamativo que as despesas relacionadas com veículo particular som muito superiores na Galiza que no Estado. Em combustível por ejemplo 819 frente a 577, mas também na aquisiçom, no mantimento e reparaçons ou nas peças de resposto. Um maior gasto seguramente relacionado com a estrutura do habitat, mas também com as importantes carências do transporte público coletivo, por nom falar de sua ausência nalguns casos. Ademais o incremento foi muito maior na Galiza que na média do Estado, perto de 90% superior. Falta de alternativas na atualidade ao veículo privado na Galiza em muitos casos, mas também menor impacto no nosso país das ajudas para o uso do transporte público que aprovou o governo. O grupo de gasto relacionado com a vivenda engloba partidas muito diferentes. De todas elas, na que se produziu umha maior suba foi na eletricidade, quase 100 euros a maiores por pessoa e ano. Também em gás foi notável, 24 euros. De acordo ao INE o preço da eletricidade, gás e outros combustíveis usados no fogar subiu 35%, o que explica a alça na fatura. Sem embargo outra partida como é conservaçom e a reparaçom da vivenda, na que há umha maior margem para adiar o gasto, reduziu-se 23%. Crescimento do gasto Apesar da suba do preço dos alimentos e bebidas nom alcoólicas (11%) as despesas neste grupo apenas aumentarom 28 euros (1,3%). Si houvo importantes câmbios na composiçom da cesta da compra. Produziu-se umha contraçom do gasto nas duas partidas que em 2021 foram mais importantes, carne e peixe e marisco. Semelha que os fogares optárom por reduzir o consumo dos alimentos mais caros. Ademais as despesas em frutas estancaram-se a pesar da alça do preço, indicando-nos umha queda no seu consumo. Outros trabalhos alertam sobre o facto das pessoas com menores ingressos estarem a aumentar a ingesta de alimentos mais baratos, mas menos sanos. A suba dos preços obrigou às pessoas a fazer um desembolso superior para manter um nível de consumo praticamente idêntico em volume. Agora bem, com um importante incremento das partidas nas que os fogares apenas tenhem margem (eletricidade, combustível...), enquanto diminuiu o consumo doutras partidas nas que havia umha maior margem por existir possibilidades de substituiçom, por poder-se adiar o gasto ou por poder renunciar a esse consumo. O esforço para manter o nível de consumo dos bens básicos fijo que aumentasse o número de pessoas que sofrem carências materiais de acordo ao Inquérito de Condiçons de Vida. A percentagem de pessoas que nom pode permitir-se manter umha temperatura adequada na vivenda aumentou em seis pontos percentuais. A de pessoas que nom tenhem capacidade para afrontar despesas imprevistas em quase cinco. O IOF pom sobre a mesa mais um dado que cumpre sinalar: as despesas por pessoa, que em 2021 era praticamente idêntica na Galiza e no conjunto do Estado, em 2022 fórom 228,41 euros maiores na Galiza. Um maior crescimento do gasto por pessoa em 2022 que pode explicar-se pola maior suba dos preços no nosso país. Apesar de que tanto o salário médio como a pensom média som inferiores na Galiza semelha que resulta mais caro viver aqui.