A cantora angolana Aline Frazão defende trocar o termo Lusofonia por Galeguia

‘‘Há muitos angolanos que não se consideram lusófonos (pelo pasado colonial) mas talvez pudessem estar dispostos a pertencer à Galeguia, com a Galiza como entidade neutra e unificadora através da língua comum’’ sinala nun artigo no que afirma: ‘‘falamos galego de Angola’’.

Aline-Frazao-

Aline Frazão (Luanda, 1988) é cantora e compositora angolana, licenciada en Ciencias de Comunicación, e colaboradora en diversos medios. Vén de publicar nun deles, redeangola.info, o artigo ‘Trocar a Lusofonía pela Galeguía’, unha opinión na que aposta por Galiza como “entidade neutra e unificadora” para os países e pobos que falan... portugués? Non, para os que falan galego.

Aline recolle a idea do seu compatriota Pepetela, deitada durante un encontro literario na Galiza, de trocar a palabra lusofonía por galeguía. A compositora súmase a esa achega: “Galeguia, além de ter um som mais bonito, remete para a origem galaica da língua portuguesa e subtrai-lhe, elegantemente, o peso do passado colonial luso. Há muitos angolanos que não se consideram lusófonos mas talvez pudessem estar dispostos a pertencer à Galeguia, com a Galiza como entidade neutra e unificadora através da língua comum”.

“Falamos a mesma língua. Mas este é ainda um vínculo escondido, um laço invisível, um namoro secreto que deve ser assumido oficialmente e bradado aos sete ventos”.


Namorada da Galiza

Aline está namorada da Galiza (viviu un ano en Compostela), como recoñece no artigo. Un sentimento que partillan, di, músicos brasileiros como Chico César ou Lenine; de Guiné, de Angola... “Não há terra como a Galiza, não há gente como a galega. Quem, dos que falamos português, já foi tocado pela generosidade desse canto do planeta, sabe do que estou a falar. Do Brasil, perguntem ao Chico César ou ao Lenine. Da Guiné, perguntem ao Manecas Costa. De Angola, perguntem ao Pepetela ou ao Ondjaki”.

Cadeira no CPLP

“O galego e o português são duas variantes da mesma língua e basta um encontro atento para confirmá-lo.

Por tudo isso, a Galiza deveria ocupar a cadeira que lhe é merecida na CPLP, mesmo não sendo um Estado”. A angolana finaliza o artigo dicindo: “Vai ser que, afinal, não falamos a língua do colono: falamos galego de Angola, com o sabor bantu do Atlântico-Sul”.

Comentarios