A oposição começa a atacar o governo

António Costa aceita uma comissão independente sobre os incêndios

O Governo de António Costa (PS) aceita a constituição duma comissão de investigação independente sobre os incêndios em curso no país, já a maior parte deles dominados ou em fase de rescaldo. Enquanto se apagam as chamas, o fogo estende-se à areia política. O PS critica a intenção do primeiro partido da oposição -o PDS- de levar o assunto ao pleno da Assembleia da República o vindouro 29 de julho.

Casa queimada xunto a IC8, no incendio de Pedrógão Grande. Incendio Portugal.
photo_camera Uma casa atingida pelas chamas em Pedrógão Grande

"Nós não estamos aqui para brigas entre partidos, mas para saber o que se passou e, sobretudo, para que de futuro isto não volte a ocorrer e para que a reparação daquilo que aconteceu seja exemplar", disse no Parlamento o chefe da bancada do PS, Carlos César.

O PDS não só quer um pleno monográfico sobre o modo em que o governo Costa geriu os incêndios, mais também denunciou que um bombeiro ferido teria tido que esperar 10 horas até receber um internamento hospitalar apropriado.

O operacional danado é Rui Rosinha, envolvido no mesmo accidente em que perdeu a vida o também bombeiro Gonçalo Conceição na conhecida como estrada da morte, em que morreram mais de 40 pessoas atrapadas pelas chamas.

O CDS -o outro partido da direita na oposição- criticou ainda a ministra de Agricultura por ter "deitado no lixo" a legislação florestal deixada em herança pelo governo de coligação conservador que liderara Passos Coelho. Segundo o CDS, as normas aprovadas pelo executivo anterior teriam ajudado a agir com eficácia perante a catástrofe.

Por sua parte, o primeiro ministro, António Costa, o que faz é apelar a todos os partidos políticos para chegarem a um consenso visando a aprovação duma nova reforma florestal.

“Este é o momento para que se faça a profunda reforma que há muitos anos tem vindo a ser adiada. Temos de ter coragem”, disse António Costa.

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