O DEBATE | Favorece ou prexudica á Galiza a presenza do capital estranxeiro?

O capital estranxeiro non deixa de gañar presenza nos sectores chaves da economía galega. Como afecta isto á Galiza?

María Bastida. Profesora de Economía da USC

Sabemos dende Darwin que a adaptación é chave na supervivencia, e que a evolución esquece a quen non sabe adaptarse a condicións cambiantes. Unha pirueta cara ao mundo empresarial permitirá inferir que as empresas necesitan adaptarse para sobrevivir nunha contorna cada vez máis complexa, cambiante e incerta. Contornas VUCA -volátiles, incertas, complexas e ambiguas, pola súa siglas en inglés- como as actuais.

Na loita pola actual supervivencia empresarial -primeiro banzo do camiño ao éxito- non importan tanto as opcións competitivas das empresas (que tamén) como a súa habilidade para atraer capital para poder adaptarse e permanecer nun escenario cambiante. Pero a adaptación, como tantos recursos críticos, nunca é gratuíta. E, nos últimos anos, Galicia parece ser peza de desexo dos investidores: as transaccións de investimento foráneo nas nosas empresas superaron os 30.000 millóns de euros dende o ano 2000. Fenosa, Fadesa, R, Novapescanova, CUPA, Albo… moitos exemplos subxacen a esta importante contía, achegada por xigantes internacionais.

Evidentemente, podemos ver estes movementos cunha perspectiva pesimista, pois a entrada de capital alleo non está exenta de inconvenientes. As empresas poden perder o control sobre as súas decisións estratéxicas cando os investidores adquiren unha participación dominante. Ademais, a presión polo rendemento curtopracista pode eclipsar as metas a longo prazo da empresa e os intereses da comunidade. A volatilidade financeira é outra preocupación, xa que os fondos poden retirar o seu capital rapidamente en tempos de crises, ou proceder a máis vendas. En última instancia, a perda de tradicións e a transformación de empresas familiares pode alterar a cultura e os valores empresariais tradicionais, desprazando prácticas locais.

Con todo, esa mesma entrada reporta beneficios. Principalmente, pode impulsar o crecemento, proporcionando o capital necesario para a expansión e a innovación e contribuíndo ao sostemento ou á creación de empregos, mellorando así o benestar xeral da comunidade local. Ademais, pode contribuír á diversificación económica, permitindo reducir a dependencia de certos sectores ou mercados. Os fondos tamén poden introducir novas tecnoloxías e prácticas empresariais eficientes, optimizando a produción e mellorando a competitividade nos mercados globais. Á súa vez, isto pode atraer outros investidores, establecendo un efecto cíclico positivo. Ás veces é o músculo financeiro que permite abordar proxectos que as empresas non poden abordar por falta de capacidade financeira. Finalmente, a entrada de investimento pode fortalecer a infraestrutura local, xa que as empresas en expansión reforzan as súas operacións e as cadeas de subministración, beneficiando tanto ás empresas como ás comunidades circundantes.

En definitiva, este fenómeno non é bo nin malo per se. A clave está en como se xestiona e regula para maximizar os beneficios e minimizar os riscos que estas entradas de capital puidesen ter para Galicia. Por iso, precaución e regulación son factores básicos na ecuación, como o é a amplitude de miras. Ser conscientes de que todo apunta a que esta tendencia consolidarase, non aquí, senón en dimensión global. As empresas precisan crecemento, e a capacidade de atraer investidores revélase chave nun mercado con opcións múltiples. Nese contexto, Galicia debería alegrarse de ter infraestrutura, talento cualificado e estabilidade institucional suficiente para presentar unha combinación irresistible para investidores nacionais e estranxeiros. Á fin e ao cabo, non se lle poden poñer portas ao campo. E ás veces, nin sequera débese tentalo.


Joám Romero Durám. Economista

A privatização da Endesa nas décadas de 80 e 90 visava melhorar a eficiência do mercado elétrico, mas acabou sendo adquirida e dividida pela estatal italiana Enel em 2014. Tratou-se de um investimento estrangeiro direto (IED), que, geralmente, tenciona entrar em novos mercados, melhorar a eficiência produtiva, reduzir custos ou explorar recursos estratégicos. Também pode impulsionar o crescimento, promover transferência de tecnologia, aumentar a competitividade e melhorar o emprego, mas seus efeitos positivos nem sempre são garantidos ao dependerem da natureza e objetivos do investidor e a situação económica do país recetor.

Na Galiza, as falhas institucionais, a queda do investimento interno, a drenagem do aforro e o declínio industrial destacam a relevância do IED. Aliás, em 2022, apenas 0,5% do IED de fora do Estado, atingiu Galiza. Considerando como investimento externo, também aquele proveniente de outras comunidades autónomas, muitos setores fundamentais da nossa economia são controlados por capital estrangeiro, desde o pesqueiro e o lácteo até o automóvel, passando pelo energético, o naval, as telecomunicações ou o financeiro, mas sem contribuir em todos os casos para a articulação intersectorial, completar processos produtivos ou potenciar o mercado interno, além de condenar o nosso desempenho económico à dependência exportadora. Destaca-se o setor eólico, alvo da ganância de oligopólios foráneos, promovidos por um marco regulatório que facilita a exploração sem benefícios locais. Em 2020, segundo o IGE, a maioria do investimento e do volume de negócio das empresas industriais espanholas com atividade em Galiza assentava na energia e os recursos naturais.

A China é exemplo da aplicação bem-sucedida de políticas para atrair IED e impulsionar o desenvolvimento económico e social, por meio da liberalização gradual do IED, dum entorno institucional favorável, de incentivos fiscais, e priorizando o desenvolvimento tecnológico, a vocação exportadora e as energias limpas. Os fluxos de investimento fornecem financiamento para a industrialização, divisas, e acesso à tecnologia. Do ponto de vista restritivo, a China protege setores estratégicos e mantém um rígido controle sobre a saída de capital, incentivando as empresas estrangeiras a reinvestirem os seus lucros no país. No Ocidente temos visto uma mudança nos perfis dos investidores e nas tendências de investimento, agora usados como meio de pressão na política internacional. Muito IED não provém da OCDE e, por vezes, conta com apoio governamental e motivações que vão além do interesse comercial. Como resultado, as principais economias recetoras são encorajadas a adotar os seus próprios mecanismos de criva, incluindo restrições e proibições de certo tipo de investimento, conforme indicam os últimos relatórios da Unctad. A Comissão Europeia visa equilibrar a abertura ao IED com a defesa dos interesses essenciais, segurança e ordem pública. Devido à pandemia e à guerra em Ucrânia, a regulamentação comunitária foi atualizada no Estado, especialmente no relativo à suspensão da liberalização de certos investimentos quando há risco para a segurança, saúde ou ordem pública, incluindo infraestruturas críticas físicas e virtuais, tecnologias-chave e insumos essenciais para serviços críticos e segurança.

Ainda que Galiza aparente estar protegida contra IEDs potencialmente lesivos, enfrenta desafios quando esses investimentos não contribuem para artelhar e desenvolver a nossa economia, afetando a competitividade e prejudicando os nossos interesses. É precisa uma mudança institucional para promover um novo marco regulatório que proteja os setores-chave e defenda os interesses gerais da Galiza.

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