Opinión

Não pagar o recibo da luz?

Bem sei que cada dia temos muito pelo que indignar-se (multiplicação das eólicas, degradação do meio ambiente, deixar os povos do rural sem serviços...), mas há umas semanas falava nesta coluna da suba escandalosa do preço da luz nos últimos meses (18/08). Pelo feito de que o preço da luz triplicou-se mentres os benefícios das hidroelétricas medraram desmesuradamente, dizia que era “uma perversão intolerável... um saqueio que obriga a uma tomada de posição mais além do laio”; o que deveria exigirnos sair berrar às ruas e deixar de pagar a luz massivamente. Infelizmente, non tive eco –pelo menos de modo explícito-; ainda que alguns amigos me disseram que devíamos fazer algo, não se fez nada.

Mas aos poucos dias, o alcalde dum pequeno concelho (Batres) fez público um comunicado, dizendo que não iam pagar o recibo da luz ante “os abusos das elétricas”. Engadia que cumpre “pressionar a estas empresas para deter este desenfreio de preços”: “Se toda a cidadania deixasse de pagar a fatura da luz, a pressão seria total para as elétricas”; era consciente de que se só o fizessem uns poucos, cortar-lhes-iam o subministro. Uns dias depois soubemos que o concelho si ia pagar o recibo, porque não lhes iam subir a luz por estar aderidos a um acordo da Federação de Municípios e Províncias para o subministro; pero ratificava-se no resto do comunicado. Não sei que ideologia política tem o seu partido independente Agrupación de Batres, ainda que a sua linguagem e presença pública tenha um jeito de esquerdas. Subscrevo o que diz e penso que a cidadania, apoiada pelos partidos que defendem realmente os direitos do povo, deveríamos tomar decisões drásticas ao respeito. 

Podemos manifestou-se repetidamente crítico dentro e fora do governo para que se pusessem topes ao preço da energia e se botasse a andar uma empresa energética estatal; mais ainda, como ha entidades locais de Navarra que estão pensando em fazer recortes de pessoal e serviços, pediu também que “priorizem os serviços públicos antes que o pago da fatura da luz”, que se declarem insubmissos e “deixem de pagar o recibo ate que baixem os prezos”. O BNG disse publicamente algo semelhante e a CIGA convoca uma manifestação para os próximos dias.

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