Deflorestaçom

A finais de 2022, o Conselho Comunitário e o Parlamento chegárom a um acordo para aprovar um regulamento destinado a deter a deflorestaçom no mundo. Segundo a FAO, entre 1990 e 2020 perdérom-se 420 milhons de hectares de bosque, umha área maior que a Uniom Europeia. No quinquénio 2015-2020 arredor de 10 milhons anuais, o equivalente a dous campos de futebol cada minuto. Grande parte desta perda deve-se à expansom da agricultura para satisfazer a crescente procura mundial. A procura comunitária de produtos do campo é atualmente umha das maiores responsáveis do mundo desta deflorestaçom, estima-se que explica 16%. A procura de óleo de palma e de soja é a responsável de dous terços desse impacto. Os bosques som fundamentais para a nossa vida. Som os nossos pulmons, dam-nos o ar que respiramos porque absorvem o dióxido de carbono da atmosfera. Albergam 80% da biodiversidade do planeta, umha fonte de riqueza inestimável. A deflorestaçom e a degradaçom dos bosques som umha das grandes ameaças para a sustentabilidade. No âmbito social, está afetando negativamente aos povos indígenas e às comunidades locais dependentes dos bosques. A normativa comunitária teoricamente pretende reduzir ao mínimo o consumo de produtos associadas à deflorestaçom ou à degradaçom florestal. Proibirá a introduçom ou comercializaçom na UE e a exportaçom de óleo de palma, carne de vacum, madeira, café, cacau, caucho e soja, ademais dalguns derivados (chocolate, mobiliário, papel impresso e alguns derivados do óleo de palma), quando estejam associados à deflorestaçom. As empresas que os introduzam no mercado comunitário ou os exportem desde el devem rastejar a origem e demonstrar que nom estám vinculados à destruçom ou degradaçom dos bosques. Entre 1990 e 2020 perdérom-se 420 milhons de hectares de bosque no mundo, segundo a FAO Para garantir isto deverám aplicar o denominado procedimento de diligência devida polo que, entre outros aspectos, terám que recopilar e conservar durante cinco anos informaçom sobre as matérias-primas e produtos derivados afetados polo regulamento. Informaçom, entre outras, sobre o país de produçom e, no seu caso, zona e coordenadas de geolocalizaçom de todas as parcelas de terreno nas que se produzírom. Eivas e consequências Apesar de que a norma suponha um avanço também mostra evidentes eivas. Entre elas a nom consideraçom como "bosques" de importantes superfícies que ficam fora do âmbito da aplicaçom do regulamento. Um estudo de 2022 sobre sete biomas em América do Sul mostra como 28% dessas áreas nom se veriam protegidas pola norma, incluindo umha parte significativa da Amazonia. Da mesma forma poderiamos falar da nom inclusom de produtos como os biocombustíveis, entre outros. O Estado Espanhol (EE) pode ser um dos mais afetados na UE. É um dos principais importadores comunitários de soja e de óleo de palma. O principal destino da soja é a fabricaçom de alimentos para animais. Som a base alimentar da pujante gadaria industrial que se desenvolveu no EE. A carne de porcino é o principal produto de exportaçom da agricultura, muito por diante dos cítricos e o óleo de oliva. No caso do óleo de palma o principal destino no EE é a produçom de biocombustíveis, mas também tem múltiplos usos na indústria alimentar, desde a bolharia industrial até os empanados e congelados. As importaçons de favas de soja e o óleo de palma alcançam um elevado valor, 1,7 e 1,3 milhares de milhons de euros respectivamente em 2021. Ambos os casos caracterizam-se por umha elevada concentraçom na origem das importaçons, 67,7 % do valor da fava de soja importada procede de Brasil e 70,1% do óleo de palma de Indonésia. Trata-se de dous Estados que venhem sofrendo umha notável deflorestaçom pola expansom dos usos agrários. A eles poderíamos somar outros importantes exportadores ao EE de soja (Argentina) ou óleo de palma (Malásia, Guatemala) nos que a deflorestaçom também é evidente. No caso galego o grau de intensificaçom da gadaria e a sua dependência dos alimentos adquiridos é menor que noutras áreas do Estado, mas ainda assim é significativa. A aprovaçom desta norma é umha oportunidade para potenciar a gadaria extensiva tam importante social, territorial e ambientalmente. É umha fonte de riqueza, de criaçom de emprego e de cuidado do meio ambiente e a paisagem em amplas zonas do território. Em muitas comarcas que vírom como nas últimas décadas se perdeu populaçom de jeito preocupante é a principal atividade económica. Ademais, é a origem de produtos de alimentaçom de qualidade extraordinária, desde o ponto de vista organoléptico, mas também desde o ponto de vista da saúde.