Mário Centeno admite queda de 25% do PIB em Portugal

Por outro lado, o Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira o Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) para mitigar o impacto económico e social da pandemia.
EuropaPress_2221794_21_june_2019_belgium_brussels_eurogroup_president_mario_centeno_attends_the
photo_camera O ministro português Centeno também é presidente do Eurogrupo (Eric Vidal / dpa)

O ministro das Finanças de Portugal, Mário Centeno, admitiu ontem que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha caído 25% nos últimos dias de março e nos primeiros de abril devido à crise provocada pela pandemia da COVID-19, estimando uma derrapagem de 13 mil milhões de euros nas contas públicas nacionais. "Isto não aconteceu na nossa memória recente nunca em Portugal", disse Mário Centeno em entrevista à Antena 1.

O titular da pasta das Finanças, deverá apresentar o quadro orçamental no âmbito do orçamento suplementar na terça-feira.

"Devemos ter uma diferença, digamos assim, de necessidades de financiamento face àquilo que tínhamos projetado no início do ano para 2020, próxima dos treze mil milhões de euros. Treze mil milhões de euros para financiar no mercado", disse.

Plano de recuperação

Por outro lado, o Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira o Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) para mitigar o impacto económico e social da pandemia e que assenta em quatro eixos: um primeiro segmento de matriz institucional, um segundo eixo sobre empresas, um terceiro capítulo relacionado com o emprego e um eixo relativo a temas sociais.

Até ao final do ano vão ser contratados mais 2.700 profissionais de saúde para apoiar a recuperação da atividade assistencial, que permitirá reforçar as equipas. Será também reforçada a capacidade dos cuidados intensivos, visto que Portugal era o país com menor número de camas da UE, tendo como objetivo atingir a média europeia. No âmbito da saúde pública, os serviços de cuidados de saúde primários passarão a integrar o acompanhamento de idosos em lares.

Para o primeiro-ministro, António Costa, "a perda de rendimentos não é uma forma de superar a crise", mas sim de multiplicar a recessão. Em julho, será pago um complemento de estabilização ─uma medida de pagamento único─ que visa compensar a perda salarial relativamente a um mês de lay-off, com um mínimo de 100 euros e um máximo de 350 euros para todos os que têm salários até dois salários mínimos nacionais

Haverá também um pagamento extraordinário do abono de família, que será pago em setembro.

Igualmente, o Governo procedeu à prorrogação automática das prestações do subsídio social de desemprego até ao fim de 2020.

Comentarios