Opinión

Algúns apontamentos sobre os resultados electorais

1. O PP sofre umha significativa perda de votos, mais de 106 mil votos menos, isto é, umha merma de 14% do seu apoio eleitoral de 2009 (sem contabilizar o voto do CERA). Em termos percentuais o PP também perde apoio, algo mais dum ponto, se bem esta reduçom é menor polo incremento da abstençom em seis pontos. Ao contrário do que pretende transmitir o PP Feijoo sofre um certo castigo por parte d@sque foram @s seus/suas eleitor@s em 2009. 2.

1. O PP sofre umha significativa perda de votos, mais de 106 mil votos menos, isto é, umha merma de 14% do seu apoio eleitoral de 2009 (sem contabilizar o voto do CERA). Em termos percentuais o PP também perde apoio, algo mais dum ponto, se bem esta reduçom é menor polo incremento da abstençom em seis pontos. Ao contrário do que pretende transmitir o PP Feijoo sofre um certo castigo por parte d@sque foram @s seus/suas eleitor@s em 2009.

2. A queda de voto do PP nom se traduz numha perda de deputados senom ao contrário, reforça a sua maioria parlamentar. Isto deve-se tanto ao incremento da abstençom ou do voto nulo/branco como à fragmentaçom do voto da oposiçom combinado com a lei d'Hont e o número de deputados por província. A fragmentaçom do voto nas forças que se apresentavam como teoricamente alternativa facilita o incremento da maioria do PP, como já assinalamos noutros artigos, isto explica o forte apoio mediático recebido por algumha destas candidaturas ao longo de toda a campanha e especialmente na recta final da mesma.

3. A soma do BNG mais o PSOE em 2009 supera em quase 100 mil votos à soma de PSOE, BNG, AGE e CxG em 2012. Noutras palavras a apariçom de novos actores no cenário eleitoral teoricamente alternativo ao PP nom fixo que o público global aumentasse senom que este caiu de forma importante, foi um jogo de soma negativa. O PP viu-no perfeitamente ao longo da campanha e utilizou precisamente essa fragmentaçom para favorecer a abstençom entre @s crític@s com a gestom do PP.

4. A geografia do voto permite ver precisamente a influência dos meios de comunicaçom. O crecimento de voto de AGE em muitos municípios nom tem nada a ver nem com a existência de estrutura organizativa dalgumha das forças que integram esta coaligaçom nem com nengum tipo de trabalho social. É simplesmente o impacto da campanha mediática. Da mesma forma o éxito de IU nom prémia precisamente a coerência e a participaçom na importante mobilizaçom social que se deu no nosso país nos últimos anos, por nom dizer que vem premiar aos que nom em poucas ocasions se posicionárom no campo da desmobilizaçom e apoiárom em Madrid medidas claramente contrárias às trabalhadoras e aos trabalhadores da Galiza.

5. A divisom do BNG tem um brutal impacto nos seus resultados eleitorais. De facto a queda em termos eleitorais (-46%) é muito superior à perda de militantes sufrido pola organizaçom. Se me permitides umha terminologia comercial diriamos que resulta muito difícil “vender” socialmente um “produto” que agora criticam umha parte dos antigos “vendedores”, com um papel de destaque para a figura de Beiras, adequadamente publicitados polos principais meios de comunicaçom.

6. Porém creio que a perda de votos por parte do nacionalismo traduz outro factor de maior relevância para o futuro da esquerda galega. O processo de mundializaçom/espanholizaçom está deixando umha pegada cada vez maior na sociedade galega, pegada que também se deixar sentir no comportamento eleitoral. Quando falamos de espanholizaçom nom estamos referindo-nos unicamente a umha questom lingüística mas ao facto de que a mundializaçom está fazendo que se esqueça que as sociedades som distintas e se pense em termos dum mundo (ou dum Estado Espanhol) homogéneo que nom existe em ningures.

7. Consequência deste processo é que a sociedade galega votou maioritariamente com a olhada posta no exterior e nom na Galiza. Votou com a olhada posta na Troika que controla o governo de Madrid e nos recortes do PP mas nom pensou nas consequências para a Galiza das políticas que se venhem impondo desde tempo atrás conjuntamente desde Madrid e Bruxelas, nem nas soluçons mais acaídas para enfrontar essas políticas desde a Galiza. Por isso enquanto o País Basco gira cara ao nacionalismo como a melhor forma de enfrentar a crise e as políticas neoliberais na Galiza aumenta o número de deputad@s de forças estatais (PP, IU).

8. A este processo contribuiu de forma importante durante esta campanha umha parte das forças que até agora se situárom no campo do nacionalismo. A sua argumentaçom explítica de que nos tempos excepcionais que vivemos o nacionalismo é algo secundário vai por desgraça mais alá do terreno propriamente eleitoral: supom umha renúncia ao projecto de libertaçom nacional do país relegado frente a um outro objectivo nom definido claramente ou melhor dito nom definido por ANOVA mas si por IU.

9. No futuro próximo vamos ver como se acentua o processo de centralizaçom política, como se agravam as políticas económica prejudiciais para a Galiza, como se intensificam os recortes e como aumentam os ataques contra a identidade do nosso país. Mais alá do resultado eleitoral o nacionalismo galego mantém umha base militante e social muito superior ao resto das forças que se situam teoricamente no campo de combate ao neoliberalismo. O nacionalismo deve, como até agora, continuar oferecendo alternativas para defender os interesses da maioria social e a construçom dum mundo mais justo, e impulsando a mobilizaçom social para enfrentar as políticas do PP em benefício das elites económica. Porém também é preciso que o nacionalismo, todas as forças que se reivindicam nacionalistas, reflexionem sobre a forma de alcançar umha maioria social que defenda o direito do povo galego a decidir o seu futuro.

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