O formato deste tipo de debates, de menos de media hora de duración, non permite afondar en cuestións de calado e serve, porén, para recalcar as diferenzas con que xa se chegaba. O primeiro ministro en funcións acusou a dirección do BE de irresponsabilidade: "Em Outubro de 2020, o Bloco rompeu com o PS, com o PCP e o PEV [partido dos Verdes, que concorre coaligado cos comunistas]. Não foi uma atitude responsável". Costa criticou ademais que esta decisión fose tomada no "pico da pandemia, quando ainda não havia vacinas contra a Covid-19".
Martins respondeu lembrando que o BE mantivo o seu apoio ao Goberno para aprobar os múltiples estados de emerxencia, así como o Orçamento Suplementar de 2020. E, moi ao contrario, asegurou que o divorcio na esquerda que levou á fin da geringonça e á non aprobación do Orçamento do Estado de 2022 (OE22) veu provocado pola mudanza de comportamento do PS durante a lexislatura, nomeadamente nos dous últimos anos de "intransigência" nas negociacións por parte do Goberno.
Neste sentido, a bloquista criticou que se mantivese a lexislación laboral dos tempos da troika ─a tutela económica que impuxo un severo programa de austeridade, entre 2011 e 2014, a cambio dos 78.000 millóns de euros prestados pola UE e o Fondo Monetario Internacional (FMI)─, algo que segundo Martins é unha chiscadela ao electorado conservador para o PS lograr a arelada maioría absoluta. "Tem sido obstáculo este desejo de maioria absoluta, mas acho que toda a gente sabe que não a teremos", asegurou.
Costa resumiu as acusacións ao BE de "irresponsabilidade", argumentando primeiro que "há dois Blocos, o que aparece na campanha, que é muito mel, e o que está na Assembleia da República, que é cheio de fel". E incidindo máis tarde: "A direção do BE cansou-se de ser parte da solução e quer voltar a ser partido de protesto", en referencia ao financiamento adicional para Sanidade que, por exemplo, a proposta de OE22 recollía. Mais Martins lembroulle que o número de médicos prometido era igual antes da pandemia que agora, e que "gastamos 150 milhões a contratar tarefeiros [temporais, por obra e servizo] para as urgências".
Costa tamén reprochou a Martins, citando partes do programa do BE, que o seu partido "propõe a emissão de dívida pública para fazer a nacionalização da ANA, da EDP, da REN, dos CTT e da Galp", algo que segundo o socialista significaría "agravar a dívida pública em 14,5% para fazer uma bravata ideológica". "Talvez o PS ache normal que seja o Estado chinês a mandar na energia em Portugal ou os CTT [oficinas de servizo postal] serem completamente destruídos", retrucou a líder do BE.
Triunfo do cara a cara
Para o Público ─tradicionalmente próximo ao PS─ "Costa ganhou, Catarina perdeu", segundo a crónica do debate asinada pola súa redactora xefa, Ana Sá Lopes. "António Costa não apareceu a Catarina Martins com a mesma fúria com que enfrentou (e pôs KO) Jerónimo de Sousa. Mas se Catarina Martins não saiu do debate em KO técnico, na RTP diminuiu a luz da sua boa estrela dos frente-a-frente pré-eleitorais. Este adversário vinha para matar, embora mais educadamente do que o tinha feito com o outro ex-parceiro, e Catarina esteve à defesa quando Costa acusou o Bloco de ter já chumbado o Orçamento de 2021", recolle este diario.
Mentres, en esquerda.net ─o portal de información do BE─ recompilaron diversas opinións en Twitter dos televidentes para elaborar a crónica do debate. Así, resumen: "O primeiro-ministro trouxe um soundbite novo ["mensaxe político pegadizo", en referencia á frase sobre 'o mel e o fel'] e as velhas acusações sobre o voto da esquerda contra o Orçamento do PS. Catarina Martins foi 'incisiva' e 'eficaz', marcando os temas que faziam a diferença".