A esquerda portuguesa personifica en António Costa o bloqueo á gerinconça

Continúan os debates electorais de cara ás lexislativas portuguesas do 30 de xaneiro.
antonio_costa_tvi
photo_camera O primeiro ministro António Costa, nun programa de variedades da 'TVI', na véspera do pasado Nadal (Foto: António Costa / Twitter)

O líder do Partido Socialista (PS) saíu á defensiva no cara a cara que mantivo na noite da terza feira co secretario xeral do Partido Comunista Português (PCP). Ante as insinuacións que se veñen arrastrando desde o fracaso do Orçamento de 2022, de que António Costa buscaba o adianto electoral, o presidente do Goberno en funcións cuestionábase en ton indignado: "Mas algum primeiro-ministro provoca eleições antecipadas no meio de uma crise destas?". 

Contestáballe unha correlixionaria no Twitter: "A resposta que António Costa acaba de colocar a Pedro Mourinho [moderador] no debate com Jerónimo: alguém acha que um primeiro-ministro, no meio desta crise pandémica, quis provocar eleições? A resposta é: acha. Por exemplo, eu acho. E sei que não sou só eu…". Unha reflexión de Ana Gomes, a socialista candidata nas presidencias do ano pasado (Costa deu o seu apoio persoal ao popular ─e conservador─ Marcelo Rebelo de Sousa).

Xa na véspera da votación do 27 de outubro, cando o Orçamento foi rexeitado, a líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, cuestionábase o rexeitamento do primeiro ministro a aceptar as súas propostas na negociación. "O Governo quer uma crise política? Talvez queira", escribía no Twitter.

Onte, nesta mesma rede social, Martins reflexionaba: "O primeiro-ministro recusou um acordo de legislatura. A sua exigência de maioria absoluta é agora o maior obstáculo a uma solução para a saúde e para o trabalho. Essa solução será imposta pelo voto do povo de esquerda".

Connivencia PS-PSD

Unha apreciación que tamén compartiu o ex ministro socialista Paulo Pedroso, tal e como salientou esquerda.net, o portal de información do BE. "António Costa quer segura e certamente ver-se livre da geringonça que criou e o PCP quer ter a influência no Governo que não sente que tenha tido na legislatura em que no Parlamento se votou essencialmente em modo PS-PSD".

En efecto, De Sousa botou en cara ao líder do PS a coincidencia ideolóxica co Partido Social Democrata, a principal formación da dereita e da oposición parlamentaria. Segundo información recompilada pola axencia Lusa, o PSD votou co PS na aprobación de 61 propostas de lei (53,5%). E Costa retrucou lembrando as medidas que non puideron entrar en vigor polo 'Non' do PCP ao Orçamento, a quen acusou de "irresponsabilidade política". 

O líder dos comunistas explicou o sentido do seu voto sinalando que "além do conteúdo geral, o PCP, numa altura crucial de discussão do Orçamento, colocou três questões fundamentais ao Governo", entre estas ─salientou─ "a revogação da legislação laboral que atinge direitos individuais e coletivos dos trabalhadores". 

Ademais cuestionou esas medidas prometidas por Costa, como o aumento do salario medio, lembrando que os funcionarios públicos levan dez anos sen recibir aumento ningún nos seus soldos.

Así ─argumentou─ durante as negociacións do Orçamento chegou un momento en que "o Governo desistiu e em vez das soluções começou a pensar em eleições", volvendo pór sobre a mesa a teoría máis estendida nos círculos políticos portugueses. Isto é, que en realidade, o primeiro ministro buscaba este adianto electoral. 

Un Costa "desenganado"

Mais cun matiz importante. O moderador do debate expuxo que Martins afirmara horas antes no debate com Rui Tavares, do Livre, que "António Costa é nesta altura um obstáculo", e preguntoulle se opinaba o mesmo. De Sousa considerouna "uma expressão no mínimo infeliz", asegurando que é responsabilidade do PS elixir os seus órganos de Goberno, e rexeitando as inxerencias na vida interna doutros partidos.

E insistiu en que o PCP ten unha "posição construtiva" e que continúa aberto a "encontrar soluções". "Não há aqui inimigos", sinalou, ofrecendo de novo a man para unha reedición da geringonça. 

Mais António Costa teno claro. Mantivo que ao contrario que hai dous anos "não sinto confiança para dizer que [a geringonça] é uma situação estável". "Para termos estabilidade é preciso uma maioria", manifestou; "uma maioria que não chumbe tudo".

Comentarios