Opinión

Como acabar com a guerra?

A guerra segue a ser notícia diária com as suas imagens de destruição. "O sangue e as bágoas dos nenos, o sofrimento de homens e mulheres que defendem a sua terra ou fogem das bombas –disse há uns dias o Papa Francisco– sacode a nossa consciência". Neste momento, são incapaz de escrever doutro tema; qualquer outro semelha-me trivial. Todas as guerras são uma tolêmia; não há guerras justas e injustas, só "malditas guerras", como dizia Anguita. Mas esta, parece particularmente hoje "repugnante e sacrílega", como disse também Francisco. Já falei nos meus artigos anteriores da razão de por que esta guerra é, ademais de absurda, sacrílega. O ataque direto à povoação civil faz dela uma ação criminal.

Certo que outras guerras recentes, ou que ainda seguem nestes dias, são também assim, e condenamo-las igualmente. A de Iêmen –a maior crise humanitária atual do Planeta-, ou a de Síria –com o mesmo bombardeamento das suas cidades por russos apoiando a um sanguinário presidente-, as de Somália –com USA implicado no seu petróleo–, Sudão do Sul, Mali, Nigéria, Camerum, Mianmar, a repressão nos territórios palestinos, ou no Dombás... Bem sei que os meios de comunicação ocidental traen-nos estas com menos força, porque respondem menos aos interesses do poder económico e político de Ocidente. Porém, dói-me a indefinição de alguns colunistas na condena desta invasão da Ucrânia. A guerra e a violência devem ser condenadas sempre. E esta guerra, como todas, era desnecessária, ainda que haja umas causas que estejam na sua raiz.

Como acabar com a guerra? Combatê-la com mais canhonaços, com mais armas para uma escalada bélica numa espiral de violência inacabável que destroce mais o país, que mate mais gente inocente, que destrua mais casas e faça medrar as colas dos que fogem? Ademais de buscar negociar a paz como seja, no canto de mais canhonaços e armas, cumprem "mais braços e abraços", como dizia um amigo poeta; mais apertas acolhedoras, mais solidariedade. Cumpre pôr vida onde não há mais que morte. Frente à crueldade e a desumanização, cumpre a compaixão, a busca da paz e a harmonia, rota cada dia neste mundo tolo.

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