Opinión

8.000 milhões

A povoação mundial alcançava a meados deste mês a cifra record de 8.000 milhões de pessoas. Semelha que seguirá a aumentar, ainda que o ritmo de crescimento esteja a diminuir. O Fundo de Povoação da ONU salientou que as melhoras na saúde pública foram essenciais para chegar a esta cifra, pois lograram reduzir a mortalidade e acrescentar a esperança de vida a nível global. Mas a agência adverte que a humanidade precisa olhar além da cifra e cumprir com a responsabilidade de proteger as pessoas e o planeta, sobretudo as mais vulneráveis.

Ainda que os ricos repitam que o maior problema do planeta é esse crescimento que não pode aturar a humanidade –El País dizia que "se não se reduz drasticamente a natalidade, o excesso de população colocará um problema de seguridade alimentária insolúvel"– e que a pobreza dos países pobres deve-se aos seus índices de natalidade mentres os ricos tenhem índices mais baixos, isto oculta que a prosperidade dos países mais ricos é em grande parte fruto da exploração e o saqueio dos outros; e que muitos morrem de fome mentres uns poucos estão sobrealimentados e mesmo tiram grande quantidade de comida por leis do mercado. O maior problema não são os 8.000 milhões, mas que uma minoria concentra a riqueza e consome a energia e os bens a que a maioria dos humanos não tem acesso. 

Por isso, o Secretário Geral da ONU, António Guterres, advertiu que "se não reduzirmos a enorme fenda entre os que tenhem e os que não tenhem, encaminhamo-nos para um mundo dominado por tensões, crises e conflitos".

O verdadeiro problema não é a cifra de habitantes da Terra, pois há zonas despovoadas e desaproveitadas por interesses capitalistas, senão que é o que o mesmo Guterres assinalou: "o número de pessoas que hoje precisam assistência humanitária nunca foi tão elevado a causa dos conflitos [bélicos e sociais], a mudança climática, a pobreza, a fome e os níveis de desprazamento sem precedentes".

Mas há alternativas; como lutar em cada país por governos justos e solidários com os mais débeis, ou projetos como a "Aliança de Civilizações", que promove impulsar ações solidarias globais para o bem da comunidade mundial.

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