Opinión

Rede e lazo

Nao sou sospeitoso de filias isralies nem de crenzas religiosas, mas como home de curiosidade cultural li algum dia e en alguma parte que um profeta ou sacerdote, ou algo assim, judeo chamado por acaso Josué, nos tempos da conquista de Roma, no remate da sua vida exortava ao povo israelí contra Roma e sua dominação e contra os que pactavam com o Imperio ou subiam a seu carro, advertindo que se se juntavam com as nações que deles se apropiarom "emparentades com elas e com elas vos mesturades; sabede com seguridade que Jahvé, vosso Deus, não volverá a apartar diante de vos esses povos senão que seram para vos rede e lazo e mais serám látego nos vossos lombos".

Cada vez entendo menos de tudo, mas quando lembrei este treito não tivem por menos que reconhezer a sabiduria israelí (ou de algum dos seus membros, pois o povo, daquela, afuzinhou como afuzinhamos nos). Lembraredes que no inicio da chamada transição eminentes galeguistas que deambulavam pola esquerda, designadamente Piñeiro e Casares, "juntaron-se" tambem a través do PSOE con a "nação" espanhola, com a excusa de que iam galeguizar o PSOE. Realmente o PSOE foi rede e lazo. Ou aquela "Realidade Galega", que transitava pola direita e que se juntou ao PP, que ao final foi látego sobre os seus lombos (o fodido foi que sustituiron seus lombos polos do povo).

Basta com olhar ao arredor e contemplar a onde nos levam determinadas confluencias que situan a Galiza cada vez mais em ignoto lugar

Sem pretender dar lições políticas, basta com olhar ao arredor e contemplar a onde nos levam determinadas confluencias que situan a Galiza cada vez mais em ignoto lugar. O apoio da Frente Popular para obter o Estatuto do 36 derivou depois na negativa (vestida de demoras) para sua aprovação no Parlamento a cargo do PSOE. Detesto toda a carnavalada parlamentar, tediosa, enfastiada, ridícula, frívola, basta, vadia... mas por casualidade escoitei ao representante do PNV na sua intervenção e seguím até ao final ao Sr. Esteban com seu verbo fácil e seu sentido incisivo, lembrando todos os menosprezos sufrido pola sua nação basca; convincente, apaixoado, preciso... Como gostaria eu de escoitar a um representantes de esta nação dos galegos com o mesmo sentido e respaldo!; mas o que se me oferecia no nosso caso era uma referença apendicular. 

Resulta penoso reconhezer que neste país não existe uma direita comprometida com seu povo, que a esquerda, maioritariamente, atenda tambem a instrucções dum rancio centralismo e que o nacionalismo de esquerdas se divida em múltiples facções emulando os reinos de taifas do ocaso musulmão na península ibérica. Quando o nacionalismo ficava unido (com as mesmas tensões que podem existir agora) chegamos a ser segunda e terceira forza na Galiza; agora corremos o risco de passar a ser residuais.

Certamente a responsabilidade é dos políticos egoístas e ineptos, alonjados dos problemas do povo, mas tampouco o povo é inocente, pois com muitos menos motivos, nega ao nacionalismo o apoio que proporciona a partidos de obediencia centralista ou coligações entre centralistas e galeguistas. E aquí andamos, entre rede e lazo ou látego nos nossos lombos, nos do povo e apenas nos dos proprios políticos submisos a instrucções do poder central de cada um dos seus partidos "constitucionalistas" (que som os quatro principais, desde a virulencia de Ciudadanos até a tibieza sospeitosa de Podemos). Ja vimos tanto na anterior como na actual composição parlamentar qual é o posto que corresponde aos coaligados galegos; o mesmo que os que vam de pleno direito nas filas do PP ou do PSOE.

Imos cara uma recentralização e diluimos nossas forzas (não muito sobradas) entre os diversos posicionamentos dos recentralizadores

Imos cara uma recentralização e diluimos nossas forzas (não muito sobradas) entre os diversos posicionamentos dos recentralizadores. Poderiamos tirar a toalha e dicer que se o povo galego não se quere salvar, alá ele (não é bricadeira; não salvamos as Caixas de Aforro, nem o peixe, nem o leite, nem a agricultura, nem os montes, nem o poder viver na propria terra, nem...); mas eu tambem, e muitos mais, somos povo galego, de nação galega, e queremos salvarnos e con nós aos demais e muito principalmente a esta nossa terra que nos deu a vida (cultural, filosófica, familiar, laboral, etc.).

Algúm dia (a não muito tardar) compreenderám o engado e se ainda o virus do egoísmo ou o sentimento de culpabilidade não os atrapou, volveremos a intentar, unidos, a luita que comenzarom nosso antergos e que continuamos nós. Porque não imos ser de uma vez donos do nosso destino? Há que lutar; ao fim tudo é transitorio.

Comentarios