Opinión

O rural de Compostela também tem motivos para protestar.

O dia 8 de julho teve lugar a tomada de posse das e dos  sete vereadores, não eleit@s impostos pelo Partido Popular na Câmara Municipal de Santiago de Compostela, junto com os dois substitutos que si figuravam na lista do PP às anteriores eleições municipais.

O dia 8 de julho teve lugar a tomada de posse das e dos sete vereadores, não eleit@s impostos pelo Partido Popular na Câmara Municipal de Santiago de Compostela, junto com os dois substitutos que si figuravam na lista do PP às anteriores eleições municipais. Este movimento do PP levava aparelhada a proclamação, pela sua parte, do terceiro Presidente da Câmara Municipal, nos três anos que levamos de legislatura.

"O desgoverno ao que tem submetido o PP à atividade municipal está a ter graves consequências para as explorações agrárias radicadas neste concelho"

O desgoverno ao que tem submetido o PP à atividade municipal está a ter graves consequências para as explorações agrárias radicadas neste concelho; uma mostra das mesmas acabamo-la de padecer bem recentemente. O passado dia 30 de junho rematou a prorroga de prazo para que as pessoas titulares de explorações agrárias, que tinham apresentado solicitude de ajudas para a modernização, achegaram toda a documentação requerida, de acordo com a Ordem da Conselharia que as regulava.

Pois bem, como resultas da paralisação dos serviços administrativos deste concelho, e pelo tanto da gestão municipal diária, a totalidade das solicitudes, correspondentes a este concelho, foram denegadas ao não poder apresentar a Licença Municipal, requisito imprescindível para a solicitude de ajuda seguir o curso do procedimento administrativo.

Não se deveria esquecer que, com ser Santiago de Compostela a capital da Galiza, também é um concelho rural, bem certo é que vindo a menos, como todo o rural galego, por causa da política agrária levada a cabo desde o governo da Junta da Galiza do PP, tanto no presente como no passado. Com tudo e isso ainda segue existindo atividade agrária neste concelho, com a presença destacada de unidades produtivas dedicadas ao leite, à carne ou à horta, por pôr alguns exemplos.

"Concentração que se desenvolveu pacificamente, mas sim com um do senhor Juarez tendente a restringir a liberdade de expressão e manifestação"

Todas elas estão sendo vitimas por partida dupla das administrações governadas pelo PP; porque por um lado têm de sofrer a inação do governo municipal, em tanto que todas as solicitudes de licença municipal apresentadas a primeiros deste ano não foram resolvidas; e por outro, por parte da Conselharia do Meio Rural que lhes vai denegar a solicitude de ajuda, sem que a causa da denegação possa ser atribuída a quem faz a solicitude, senão que é única e exclusiva responsabilidade de uma administração perante quem se está totalmente indefenso.

Desta situação fez-se eco o grupo municipal do BNG, que trasladará no próximo Pleno uma iniciativa destinada a que se agilizem as tramitações de licença e o processo de assinatura por parte do responsável político desta área, de jeito que atenda as funções para evitar as consequências negativas para a economia local que está a provocar este desleixo.

Por tudo isto como militante do BNG e como coordenador geral da FRUGA participei na concentração convocada pelo BNG para mostrar o nosso total desacordo com o funcionamento anômalo desta Câmara Municipal e com a solução fraudulenta que o Partido Popular quer impor ao conjunto da cidadania de Santiago de Compostela.

Concentração que se desenvolveu pacificamente, mas sim com um tratamento por parte do delegado do governo espanhol, senhor Juarez, tendente a restringir a liberdade de expressão e manifestação de todas as pessoas que nos encontrávamos na Praza do Obradoiro, ficando constringidas a uma parte da praza e afastadas do edifício da Câmara Municipal, lugar onde se estava a celebrar a tomada de posse dos e das nov@s vereadores/as. 

"Renato Nunes decide abandonar a concentração, momento no que começa a ser perseguido por membros da polícia espanhola, ao que eu reagi saindo da concentração. Os dois fumos conduzidos à comissária e acusados de “desobediência” e “resistência a autoridade”.

E é neste contexto quando o companheiro Renato Nunes decide abandonar a concentração, momento no que começa a ser perseguido por membros da polícia espanhola, ao que eu reagi saindo da concentração, com animo de o avisar de tal situação, momento no que eu mesmo fui placado por membros de paisano da polícia sem identificar. Posteriormente os dois fumos conduzidos à comissária e acusados de “desobediência” e “resistência a autoridade”.

Nos últimos tempos, sobre tudo desde que começou esta legislatura e coincidindo com o agravamento da crise do sistema capitalista, vimos assistindo a um regresso a formas franquistas à hora de tratar as mobilizações sociais. Assim constantemente os meios de comunicação estão a refletir notícias referidas a sanções impostas por se mobilizar a coletivos como as pessoas afetadas pelas preferentes, emigrantes retornados, coletivos contra os despejos, associações em defesa da língua galega, ou mesmo contra aquelas pessoas que intentam defender as agressões que está a padecer o meio ambiente, ou o intento de meter na cadeia a pessoas que faziam parte de piquetes informativos.

Pese a todo e precisamente por isso, acho que a sociedade civil tem de se fortalecer e seguir no processo de auto-organização para lhe fazer fronte a esta nova onda repressora do governo espanhol do PP e os seus delegados em “las regiones y provincias de la sagrada España”.

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