Opinión

De justiça

[Nemésio Barxa]

Provavelmente a palavra mais suave que define a opinião de uma grande maioria de cidadãos perante a Justiça e os Tribunais é a de cepticismo ou inseguridade. Infelizmente desde o mais alto tribunal até os Julgados de primeira instancia a enxurrada de sentenças ou resoluções que chegam ao conhecimento do cidadão e o surpreendem ou indignam é bastante considerável. Outras muitas do mesmo teor nem chegam. A maioria sofre atrasos e a indiferença dos juízes. Por isso não foi notícia que uma juiz ourensana, sem sequer escutar ao menor de 9 anos, que desde tempo atras e com a aquiescência dos pais, vinha pelejando para que se modificasse sua identidade de género, denegou tal solicitude. Mas há poucos dias, com outro juiz no Registo Civil, sua solicitude foi atendida; e devemos dizer o nome de este juiz humano e compreensivo, Dario Estévez Pérez, que na sua resolução reconhece o direito dos menores á identidade de género e que neste caso concreto decidiu aceitar a modificação depois de escutar ao menor que com só 9 anos evidenciou um elevado grão de madureza. A vezes a Justiça também mostra seu rosto humano.

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