Opinión

Hallomaín?

Desde que, em 1990, a Sociedade Cultural Chirlateira, sob iniciativa do cedeirense Rafael López Loureiro, recuperou a Festa do Samaín na vila marinheira, esta data foi pouco a pouco estendendo-se por toda a geografia galega. Mais umha vez, os Centros Sociais servírom de catalisador para socializar a tradiçom das caveiras, sendo a Fundaçom Artábria a primeira que trasladou a festa à cidade.

Porém, semelha que o objetivo inicial de concorrer com o “Halloween” ficou a meias, ao nom superarmos a sua componente mais comercial, como denunciava o próprio López Loureiro, três décadas depois. 

Com certeza, mais umha vez o movimento popular ganhava na batalha dos símbolos, socializando umha das tradiçons galegas mais ancestrais mas, como sucede, por exemplo, com a recuperaçom do Apalpador, impom-se a natureza de consumismo irracional que caracteriza o sistema. Assim, neste Hallomaín teremos novamente festas de disfarces e parafernália “Made in USA”.

Semelha que nom há saída cultural à esmagadora imposiçom da lógica mercantil em todos os ámbitos da reproduçom social. 

Sem deixarmos de fomentar umha constante atividade crítica nas nossas práticas culturais, devemos também tomar consciência de que só a definitiva superaçom material do capitalismo como um todo possibilitará que vivamos umha cultura verdadeiramente livre. 

Enquanto nom chegar, desfrutemos desta noite de festa em que se abrem as portas do além e as mortas se misturam com as vivas. Já sabedes, tradiçons da Galiza profunda.

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