Êxodos

Quatrocentos anos depois de haver-se assentado as tribos hebreias no vale de Gosan, Egipto, o faraó, some-te à escravatura aos israelitas habitantes que decidem fugir (depois de supostas sete plagas para os egípcios) ou forem expulsos por ordem do próprio Faraó. E neste acontecimento iniciasse o Livro do Êxodo (que também, com certas variações se inclui na Bíblia), cujo propósito é manter vivo o relato fundacional de uma comunidade étnico-religiosa, cultural e com identidade nacional a partir da passagem bíblica na que, depois de vagar polo deserto, Deus se lhe aparece no alto da Montanha, nomeia-os "povo de Deus" e pronuncia os Dez Mandamentos, chama a Moisés que sobe à montanha para baixar e comunicar ao povo seu parlamento com Deus e voltar a subir para, transcorridos 40 dias, baixar com as tabelas da Lei e a promessa de guerra santa para possuir a terra e depois viver em paz. Não há consenso respeito das datas nas que puderem ocorrer estes feitos, mas situam-se entre o 1447 e 1313 a.c. Menos consenso existe sobre a realidade do relato. Não existem provas arqueológicas nem históricas nem documentos egípcios do êxodo e o arqueólogo israelita Israel Finkelstein tem publicado em 2006 que o êxodo não existiu, resulta mais bem uma lenda literária. Parece que das sedicentes promessas feitas por Yahvé, só uma se cumpriu, a de possuir a terra, pois polo ano 1000, finando polo 580 o último deles a.c., constitui-se o Reino de Israel (dividido em dous). Depois careceu de identidade nacional, a falta de território e organização política própria. E a paz nunca a derem nem a conseguirem. O povo judeu foi dispersado e assimilado primeiro polo Impero Asirio, depois polo Babilónico, que os reprimiu duramente e condenou-os ao exilio, a seguir Grecia e depois já Roma que igualmente os enviou ao exilio. Este êxito de convivência que parece ser tiverem com aqueles povos animou-nos a emigrar a Europa e Norte de África, mas suas relações sociais nestes lugares tampouco tiverem boa acolhida e foram expulsos no ano 616 polo rei visigodo Sisebuto, no 1146 do Andalus, no 1182 de França, que volveu a expulsa-los no 1306, 1321, 1322 e 1394, no 1290 de Inglaterra, no 1421 de Áustria, no 1488 do Ducado de Parma, no 1490 do Ducado de Milan, no 1492 da Espanha dos Reis Católicos, no 1495 de Lituânia, no 1496 do reino de Portugal, no 1498 do reino de Navarra, no 1500 da Provença, no 1510 de Brandemburgo, o 1535 de Tunes no 1541 de Nápoles, no 1550 e 1557 de Génova, no 1554 de Baviera, no 1569 dos Estados Pontifícios, no 1669 de Oram e no 1677 de Viena… e depois sofreram a brutalidade do espolio e massacre nazi de perto de 6 milhões; a mesma sorte sofreu o povo cigano, também na diáspora, mas ninguém o lembra. O sionismo humilha e submete o povo palestino, impede-lhe o livre movimento, mata civis, velhos, mulheres ou crianças Ocupação Finalizada a II Guerra Mundial um sentimento de solidariedade com os sofrimentos das comunidades judias de Europa deveu animar aos vencedores a buscar assentamento próprio a este povo, baralhando-se várias opções, incluso alguns pontos de América do Sul, mas o movimento sionista insistirem nos lugares bíblicos, concretamente Palestina, ocupada polo povo palestino. Em 1947 o Plenário da ONU aprova a Resolução 181 (33 votos a favor, 13 em contra, 10 abstenções) de dividir o território palestino em dous Estados (palestino e judeu) de similar superfície. Daquelas era potência administradora na Palestina Inglaterra (que já em pacto segredo de 1916 havia-se comprometido a constituir ali um fogar nacional judeu) e o dia antes da retirada britânica Israel unilateralmente proclama sua independência no território que no seu caso se lhe atribuiria; e iniciasse uma guerra por parte dos países árabes vizinhos que, com a decisiva intervenção de USA e GB, gana Israel e aproveita para ocupar grande parte da outra metade, expulsando de suas casas e suas terras a 800.000 pessoas, que nunca se lhes permitiu regressar, expropriando ou destruindo seu património pessoal e coletivo. A partir de aí colonizarem os territórios ilegalmente ocupados e continuarem apropriando-se de mais superfície, separarem com muros os terrenos nos que seguiam os palestinos; Gaza foi um retângulo carcerário ao ar, limitado por um muro e impossibilitado de sair ou entrar por mar. O sionismo humilha e submete ao povo palestino, impede-lhe livre movimento, mata civis, velhos, mulheres ou crianças. Desde há 15 anos destrói com impunidade infraestruturas, quase 1.700 financiadas pola EU; e quando o grupo armado Hamas se revolta contra esta situação, responde com violência e assanhamento sem respeito à povoação civil. Hamas não é Palestina (pode ser seu grito de rebeldia), Hamas é uma organização que mata cidadãos israelitas e Israel é um Estado genocida contra civis palestinos. A cidadania de diversos países clama a favor do povo palestino enquanto que uma direita, que comparte com os judeus o amor ao dinheiro, defende a barbárie de Israel.