Bloco e PCP dão suporte ao PS na aprovação do projeto de orçamentos para 2017

Superada a prova dos orçamentos 2017 para a aliança entre o Partido Socialista e a esquerda de orientação marxista. Bloco e PCP deram suporte ao PS na aprovação da generalidade dos orçamentos, embora, nomeadamente desde as bancadas comunistas, se continuam a manter críticas a respeito das políticas do governo de Costa.

Assembleia da República

A aliança parlamentar da esquerda portuguesa expressou-se esta quinta feira com a aprovação no pleno da Assembleia da República da generalidade do projeto de orçamentos para 2017, contas que ainda são fiscalizadas diretamente pela União Europeia. O texto foi votado em contra pela duas formações da direita, o PSD e o CDS. Aliás, por vez primeira o partido do anterior primeiro ministro, Passos Coelho, mostrou interesse em negociar modificações dos orçamentos no trâmite da especialidade, isto é, na discussão das emendas parciais.

A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou que os orçamentos incorporam avanços na reposição dos direitos perdidos por parte das maiorias sociais e, nesse sentido, defendeu que “o milhão de votos à esquerda do PS (…) sabe que tem aqui resultados do seu empenho”.

Entre esses resultados salientou o incremento das pensões. Não é na quantia que o Bloco quisesse, disse, mais ao tempo ressalvou: “É um aumento real para mais de 80% dos pensionistas e não é pago com cortes em nenhuma prestação social”.

Por vez primeira o partido de Passos Coelho mostrou interesse em negociar modificações dos orçamentos no trâmite de emendas

Por sua parte, o secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, pôs em destaque que “a nova correlação de forças na Assembleia da República” teria permitido que se dessem “passos positivos na reposição, defesa e conquista de direitos por parte dos trabalhadores e do povo português”.

Passos positivos, mais à vez “insuficientes e limitados”, admitiu o líder comunista, para quem a solução dos problemas de Portugal não se pode encarar com maiores garantias de sucesso enquanto o país continuar subordinado aos imperativos económicos da eurozona.

Em qualquer caso, vincou o líder comunista que "para o PCP tudo o que combata a exploração, as injustiças, o empobrecimento e contribua para uma vida melhor para os trabalhadores e o povo, terá sempre o nosso apoio, o nosso contributo e a nossa proposta”.

O projeto, superada a fase do debate da generalidade, será agora submetido a análise parcial a meio das emendas que possam formular os distintos grupos parlamentares. Um novo exame para testar a fortaleza da aliança da esquerda, com a direita do PSD interessada em explorar as hipotéticas contradições entre o governo e os seus parceiros parlamentares.

No trâmite das emendas, o Bloco tencionará que se melhorem as condições laborais dos trabalhadores autónomos, enquanto que o PCP quer rever o projeto de novo imposto do património imobiliário.

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