Greenfiber: a estafa do Partido Popular

Di Altri que vai criar 2.500 postos de trabalho com o seu projeto em Palas de Rei, a sua voz ressoa no eco do presidente da Xunta e noutros dirigentes do Partido Popular. Nom se conhece, aliás, nengum estudo que sustenha essa cifra. Podem ser 2.500 como 1.000 ou destruir 1.200, o papel elaborado com celulosa –de Altri ou nom– recolhe o que se escriva nel, embora nom haja análises que o sustentem. Porém, se comparamos essa previsom com o emprego do grupo Altri em Portugal, nom semelha realista. Tampouco existe nengum estudo sobre a possível destruçom de emprego noutros sectores. O que si conhecemos som muitas das médias verdades (sendo generosos) trás as que se ampara este projeto. Em 2021 nasceu Impulsa Galicia, umha entidade de capital público e privado: Xunta 40%, Abanca 38%, Reganosa 12% e Sogama 10%. O seu principal objetivo é o de dinamizar projetos de desenvolvimento estratégicos. Entre os projetos que definiu Impulsa está o chamado xestión sostible dos bosques galegos. Anuncia Impulsa que este projeto está "baseado na transformaçom de madeira em fibra têxtil baixo princípios de sostibilidade e circularidade. Por vez primeira, pecharemos o círculo vital da madeira em Galicia e fabricaranse na comunidade autónoma unhas 200.000 toneladas anuais de fibra têxtil sostible, utilizando como matéria prima principal madeira certificada procedente dos nossos bosques, asi como resíduo têxtil". Escolhida a dedo Segundo Impulsa conectou com quatro grandes empresas para apresentar-lhes esta oportunidade de negócio. Após negociar com elas alcançou um acordo com a portuguesa Altri. Noutras palavras Altri foi escolhida a dedo, num processo sem a mais mínima transparência, para pôr em marcha um projeto de transformaçom de madeira em fibra têxtil. Posteriormente, um acordo do Conselho da Xunta declarou como Projeto Industrial Estratégico um projeto de "fábrica de fibras téxtiles em base a celulosa" promovido por Altri. Está orientada à produçom de fibras têxteis e "criará 2.500 postos de trabalho diretos", declarou o próprio Rueda. Salientava, ademais, as sinergias com outros sectores, particularmente com o têxtil. Posteriormente aprovou-se o câmbio de titularidade a favor de Greenfiber, sociedade participada por umha empresa propriedade do principal acionista de Greenalia. Recentemente conhecemos em que se concreta essa iniciativa para transformar "madeira em fibra têxtil baixo princípios de sostibilidade e circularidade". Umha concreçom que tem pouco a ver com o que se publicitou. O projeto de fibras têxteis de carácter inovador e ambicioso ficou restringido a umha fábrica dedicada fundamentalmente à produçom de celulose (250 mil toneladas numha primeira fase) e secundariamente de fibra têxtil obtida a partir da celulose (60 mil toneladas). Mesmo há dúvidas sobre a capacidade de Altri para produzir lyocell, polos problemas tecnológicos ou de patentes que pode ter. Também porque Altri já está produzindo pasta solúvel em Portugal, mas nom a transforma em fibra têxtil, exporta-a, fundamentalmente a Ásia. A celulose de Altri é um calote promovido polo Partido Popular para justificar diante da opiniom pública um projeto depredador Lyocell Tampouco se fecham ciclos produtivos na Galiza. É evidente no caso da celulose, mas com o lyocell tampouco. Na sua imensa maioria exportaria-se para ser transformado em tecidos noutros países do mundo. Ademais, segundo a própria Altri, o lyocell seria um produto secundário. Mesmo na segunda fase, no caso de completar-se algumha vez, a pasta celulósica seguiria sendo o principal produto com 400 mil toneladas. Falamos fundamentalmente de aumentar a produçom na Galiza de celulose para exportar. A utilizaçom do resíduo têxtil para produzir desapareceu do projeto a executar, embora se mencione que no futuro se podem dar passos nesse sentido. Médias verdades, mentiras, para disfarçar umha celulose de biofactoria têxtil inovadora, exemplo de circularidade e com notáveis sinergias. Um calote promovido polo Partido Popular para justificar diante da opiniom pública um projeto depredador e para tentar receber um volume importantíssimo de fundos públicos. Nom há circularidade, nom se fecham ciclos produtivos, apenas pretende aproveitar os nossos recursos naturais (recursos hídricos, terras com uns elevados rendimentos na produçom de eucaliptos) para aumentar os excedentes de matérias-primas destinadas à transformaçom fora do país. Umha autêntica estafa para a que a empresa exige umha subvençom pública de 250 milhons de euros. Volumosa subvençom para aumentar os lucros de Altri e Greenalia. Quantas cousas se poderiam fazer na Ulhoa com 250 milhons de euros!