Opinión

Não vou votar para as europeias

Meu voto decidida e invariavelmente é de esquerdas e nacionalista, ou tal vez nacionalista e de esquerdas; sem dúbidas nem infidelidades. O único voto que enche esas duas condiciões é o do BNG; e certamente sempre, desde que chegou este remedo de democracia, votei Bloco, do que, alem do voto, sou militante.

Meu voto decidida e invariavelmente é de esquerdas e nacionalista, ou tal vez nacionalista e de esquerdas; sem dúbidas nem infidelidades. O único voto que enche esas duas condiciões é o do BNG; e certamente sempre, desde que chegou este remedo de democracia, votei Bloco, do que, alem do voto, sou militante.

"Ficamos abraiados ao ver que nossos representantes, os que nós amparamos com nosso voto, ficam á mesma altura que os que, segundo nosso berro, “a mesma merda é”.

Precisamente porque a minha opção não tem outra possibilidade que o BNG é polo que tomei a decissão de não votar. Porque se o BNG pretende ser alternativa ao governo terá previamente que facer uma catarse nos seus quadros directivos. Os militantes, que defendimos sempre a limpeza e probidade da nossa formação, ficamos abraiados ao ver que nossos representantes, os que nós amparamos com nosso voto, ficam á mesma altura que os que, segundo nosso berro, “a mesma merda é”. Tambem nós, agora, entramos no lote. Resulta indiferente que haja condenas judiciais ou só repulsa social; miseraveis regalos ou procederes prepotentes que nos afligem quando socialmente temos que responder dos que apresentavamos como dignos e esforzados paladins da causa popular e da causa nacional.

A queda do BNG onde governou, com poucas excepcões, foi porque desiluiu aos votantes que confiavam em que fossem diferentes. Para ser melhor ou pior neste país resulta dificil uma alternativa nacionalista; os votantes que auparom ao BNG a responsabilidades de poder foi porque acabarom crêndo, como creimos nos ou como o transmitiamos á sociedade, que iamos ser diferentes; não sei se figemos as cousas melhor ou pior, mas diferentes não chegamos a ser: os mesmos chiringuitos, as mesmas votações para blindar a economia dos parlamentarios, a mesmas amizades perigosas, a mesmas empresas corruptas... como aquí vemos que “untavam” aos que de cada vez ostentavam o poder, que ao melhor nem prevaricavam, mas que mantinham um jogo de proximidade que facilitava polo menos pequenos favores. O BNG não conseguiu manterse como diferente no jeito de actuar; sim era diferente no tocante ao idioma ou a independência de criterios ou á cultura e ensino e o conceito de nação; não se diferenciava demasiado da esquerda espanhola no aborto ou na sanidade...; alias actuou seguindo as mesmas pautas do PSOE e do PP; e deixounos sorpreendidos aos que confiavamos num proceder diferente e desiluidos aos que esperavam um cambio que não chegou. Então os tibio-nacionalistas ou fluctuante-nacionalista volverom aos seus iniciais posicionamento na esquerda com o Psoe ou na direita com o PP.

"Os votantes que auparom ao BNG a responsabilidades de poder foi porque acabarom crêndo, como creimos nos ou como o transmitiamos á sociedade, que iamos ser diferentes"

Se sendo tanto flebe o nacionalismo no nosso país, não somos os nacionalistas capaces de ilusionar (“de petar na alma do povo ate conquerir um estado de opinião revolucionaria”, como dicia Castelao), pouco porvir lhe agarda a este povo que caminha cara o suicidio como tal. Fomos capaces de ilusionar com palavras e com ejemplos politicos (ainda não tocavamos postos de poder) e arrumbamos todo nosso capital político quando governamos e quigemos mostrar e desfrutar o novo status. De nada serviu a experiencia da longa travesia do deserto; uns porque não chegarom a ter postos de relevo e outros porque ficavam ansiosos de chegar a esses postos.

Necesitamos uma catarse e gostaria que de algo servise esta chamada a volver aos origens; por isso fago esta chamada.

As acusacions contra varios concelheiros, depois das que ja se tramitaram anteriormente, foi o que definitivamente me decidiu a tomar esta decissão e facela pública. Careceria de qualquera eficacia tomala no privado, sem trascender. Mas facia tempo que vinha matinando evidenciar o fondo de descontento que existe entre a militancia (polo menos alguns militantes) pola falta de carinho que observamos nos depositarios da nossa vontade. Uma militancia entregada e disciplinada, que somos capaces de votar (noutras europeias) a um ex-vicepresidente da Junta, do PP (Mella), por  que assim acordarom os chefes; repugnando, mas votamos. Penso que é muito válido que o representante que tenhamos em Bruselas se preocupe dos problemas da frota pesqueira e dos produtores de leite e da incerteza do rural, mas tambem poderiam responder ás perguntas ou informações que se lhe formulam pola militancia; se eu, histórico militante, não recibo resposta que lhes espera aos mais novos ou menos conhezidos? Um companheiro, concelheiro em solitario de uma vila da provincia de Ourense, se me lamentava um dia do que significaria para ele (incluso fronte aos vizinhos) que nos muitos viagens que entre Compostela e Ourense (estrada antiga) faciam os vultos mais mediaticos, entrasem no seu atelier e o saudasem; mas nunca entrarom. Porque não sentiam a solidariedade com os que realmente sufriam ser minoria no seu entorno social; penso que é assim: não nos querem.  Quando calzas botas esqueces a incomodidade dos que levam abarcas; ja o dicia Miguel Hernández: “… al andar la alborada/ removiendo la huerta/mis abarcas sin nada,/mis abarcas desiertas/ ningún rey coronado/ tuvo pié, tuvo ganas/ para ver el calzado/ de mi pobre ventana/toda gente de trono/ toda gente de botas/se rió con encono/ de mis abarcas rotas”; o militante do que falo seguiu com suas abarcas rotas.

"Nos não regalamos relogios nem pratos de prata nem cadeiras de neno. Nos entregamos nosso voto e pelejamos diariamente no nosso grupo social, entre amigos, assistimos a manifestações e contribuimos economicamente coa quota... mas não regalamos nada"

Por isso me planto. Para que reflexionemos. De que nos serve votar de novo se nas listas vam os mesmos que nos levarom ao desastre? E se precisamos algo individualmente imos ter de novo o silencio por resposta? Nós não regalamos relogios nem pratos de prata nem cadeiras de neno. Nós entregamos nosso voto e pelejamos diariamente no nosso grupo social, entre amigos, assistimos a manifestações e contribuimos economicamente coa quota... mas não regalamos nada.

E se o dos regalos é uma falsidade, gostaria ver que se apresentarom querelas nos Julgados contra os que afirmam esse suposto infundio, que ainda não vim nenguma.. nem anunciada.

Ao melhor temos que partir de novo, revisando todo nosso comportamento, tratando de conectar com a opinião pública, tanto a nivel individual como colectivo, não para asumila senom para convencela das nossas ideias, porem tambem para aprender, tambem para saber como pensam e que agradam de nós, tambem para conhezer suas necessidades...; temos exemplos de boa governanza em Concelhos dirigidos polo BNG e nesses, se somos diferentes, se repete. Os outros podem ir ao poder para seu proveito (ja os cidadãos os poram, ou não, no seu lugar); os nacionalistas temos que deixar constancia de que queremos governar como servizo ao bem do pais e dos seus cidadãos, é dizer, governar diferente; se não somos capaces de esse compromiso, pechemos tambem o chiringuito.

Em qualquera caso, não votar-ei nas europeias; mas nem incito a abstenção nem ao voto em branco; só digo o que farei eu, que é uma mensagem para “os de acima”.

Ourense, março do 2.014

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