Opinión

6 milhões de habitantes

O desenvolvimento de Vigo -ante os reptos de futuro para a nossa cidade nos sectores que sustentam a sua base económica na atualidade: industria automobilista (deslocalização) e o mar-industria (principalmente a pesca afetada pelo Brexit)- juntam frente de nós um futuro incerto e de difícil saída.

Além disto, o atual modelo de comercio tradicional está a dar uma volta sobre o “e-comerce” e a “multi-canalidade” e mudando os hábitos dos consumidores. Cada dia Amazon ou Alí-Baba absorvem mais e mais fluxo de mercado. Unicamente o comércio tradicional desde uma oferta atraente e bem diferenciada é que poderá competir com a comodidade da compra desde a casa.

Unicamente o comércio tradicional desde uma oferta atraente e bem diferenciada é que poderá competir com a comodidade da compra desde a casa

 

O futuro amossa grandes vulnerabilidades para a nossa cidade, um dos motores económicos do nosso País; um País que já viu como perdia o sistema financeiro autóctone durante os últimos anos, sem uma ação política sobre o caso e com os problemas de financiamento para muitas pequenas empresas que isto gerou.

A inversão de origem privada de quase 700 milhões de euros em Porto Cabral poderia ser o impulso necessário para os próximos anos para o entorno económico e social da comarca de Vigo, e por extensão para todo o País.

A inversão de origem privada de quase 700 milhões de euros em Porto Cabral poderia ser o impulso necessário para os próximos anos para o entorno económico e social da comarca de Vigo

 

Se bem, não esquecemos que o modelo de grande distribuidoras deve ser contra-restado desde os poderes públicos que proporcionarão as políticas públicas precisas cara a criação de um modelo europeu de comércio de proximidade nas cidades, com lojas de produtos locais, “ateliers” de artesanato e um produto próprio e diferenciado daquele dos grandes circuitos de produtos-massa. Algo que até o de agora desde os poderes públicos pouco têm avançado. O comércio de base em empreendimentos locais e com raiz efetiva no País beneficia com a externalidade positiva que seria produzida pelo conjunto de pessoas que achegaria a Vigo para ir a Porto Cabral, e que ao tempo, com as ajeitadas políticas, conseguiríamos que deixem seus dinheiro nos hotéis, lojas e restaurantes da cidade e da sua contorna.

Umas políticas ativas sobre o próprio comércio e complementada entre outras coisas por uma oferta cultural atraente; uma oferta cultural que agora mesmo, salvando quase exclusivamente um evento anual, não existe na nossa cidade que é um deserto neste âmbito.

Num mundo, por exemplo, onde quase exclusivamente 4 grandes grupos dominam o mercado do têxtil: Inditex, H&M, GAP e a japonesa Uniqlo, com perto do 80% do mercado mundial, não podemos deixar de lado a necessidade de aportar experiências de compra e de consumo diferentes e está na nossa galeguidade e no nosso saber fazer uma marca Galiza para o nosso setor de serviços em geral: desde a hotelaria e a restauração, até no comércio de proximidade.

Todos estes fatores deveríamos de ter em conta quando falamos do desenvolvimento da área de Linheirinhos, o conhecido como Porto Cabral, um espaço de perto dos 500.000 de m2 que seria o polo de atracão, com a sua oferta de ócio e grandes lojas para uma área humana que é das maiores da Europa, com perto de 6.000.000 milhões de habitantes a pouco mais de duas horas de carro. Uma continuidade humana e cultural desde a ria de Ribadeo até a ria de Aveiro e onde Vigo deveria jogar um dos papeis principais como eixo vertebral deste espaço socioeconómico singular.

Um espaço de perto dos 500.000 de m2 que seria o polo de atracão, com a sua oferta de ócio e grandes lojas para uma área humana que é das maiores da Europa, com perto de 6.000.000 milhões de habitantes

 

Porto Cabral como centro comercial e de ócio pode ser nuclear numa atração cara Vigo de uns visitantes menos estacionais, que dependem na atualidade do verão e das férias do IFEVI basicamente, diversificando a oferta e atraindo visitantes do arco atlântico do noroeste peninsular cara a nossa comarca num fluxo mais continuo.

Todo isto, já bem seja no âmbito de Porto-Cabral, ou bem noutro dos lugares da comarca de Vigo onde poderíamos chegar a levar esta inversão que seria referente para todo o noroeste peninsular. Se bem a aposta é por implantar o macro-centro no âmbito regulado no extinto “PXOUM” de Vigo, é possível chegar a um acordo sobre a sua situação noutro lugar do nosso concelho ou comarca, se realmente as forças políticas contrarias ao projeto, não são unicamente contrarias à proposta de localização atual. Porém parece pouco provável, já que a oposição ao projeto é também contra do desenvolvimento do mesmo, já fora em Vigo ou em Valença do Minho.

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