Honrar a memória das pessoas que de forma consciente, ou mesmo inconsciente, incidírom na transformaçom positiva da realidade é umha obriga. Homens e mulheres que devem ser fontes de inspiraçom e exemplos a seguir por quem trabalhamos dia a dia para mudar esta sociedade.
Mas honrar a sua memória nom significa fazê-lo como se tratara dum santoral laico, mas como emblemas da subversom e da revoluçom.
Thomas Sankara é umha dessas pessoas. Após mais de três décadas do seu assassinato, nos próximos dias dará início no tribunal militar de Uagadugu o julgamento contra os presuntos responsáveis. Semelha que de momento quem decidiu (ou decidirom) desde um despacho parisino o assassinato de Sankara e das doze pessoas que o acompanhavam nom se vai sentar no banco.
Dirigente da revoluçom anti-imperialista e pan-africanista de 1983, convertiu-se em símbolo contra o colonialismo. O “Che africano” iniciou umha transformaçom social e cultural em Burkina Faso. Combateu a desertificaçom, aumentou a taxa de escolarizaçom (dum 6 a um 22%), impulsou importantes campanhas de vacinaçom, proibiu a ablaçom genital ou entre outros logros fixo realidade a autossuficiência alimentária até o golpe de estado de 1987 com marca da CIA e o Estado francés, onde o país voltou à mais absoluta das misérias.
Nom perdonarom que Burkina Faso tivera iniciado um caminho revolucionário que poderia conduci-la à independência e ser exemplo para outros povos da África. Mais cedo que tarde surgiram outros Sankara.