Portugal érguese contra o ‘pacto de agressão’

Baixo o lema ‘Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!’ trinta manifestacións percorrerán Portugal contra a política de recortes promovida após recibiren o rescate financeiro da Comisión Europea, o FMI e o BCE.

Lisboa mobilização
photo_camera Lisboa mobilização

Milleiros de persoas percorrerán este sábado as rúas de Portugal contra o pacto de agresión –como el@s denominan ao plan de axustes e recortes desenvolvido polo goberno e ideado pola troika-. 

O país veciño vive unha situación económica que pouco tempo atrás semellaba bastante á que Galiza e o Estado español padecen arestora. As imposicións do BCE, o FMI e a Comisión Europea agravan a crítica situación económica e promoven a perda de dereitos entre a clase traballadora. A pasada semana, o goberno de Passos Coelho aprobaba o aumento até o 18% do pagamento a efectuar polas persoas asalariadas nas súas contizacións sociais,  entrementres reducía a aportación empresarial.

Cun desemprego do 15% e un programa de compromisos coa troika encamiñados á redución do défice que carga sobre @s máis febles a suba de impostos, a redución salarial e o empeoramento das condicións laborais, o pobo portugués sairá ás rúas este sábado para demandar poder de decisión sobre as súas propias vidas. 

As mobilizacións convocadas procuran defender os deireitos da cidadanía fronte a perda de soberanía política e económica a que se ven condenados pols troika. 

A seguir, reproducimos o texto da convocatoria:

É preciso fazer qualquer coisa de extraordinário. É preciso tomar as ruas e as praças das cidades, das nossas cidades e dos nossos campos. Juntar as vozes, as mãos. Este silêncio mata-nos. O ruído do sistema mediático dominante ecoa no silêncio, reproduz o silêncio, tece redes de mentiras que nos adormecem e aniquilam o desejo. É preciso fazer qualquer coisa contra a submissão e a resignação, contra o afunilamento das ideias, contra a morte da vontade coletiva. É preciso convocar de novo as vozes, os braços e as pernas de todas e todos os que sabem que nas ruas se decide o presente e o futuro. É preciso vencer o medo que habilmente foi disseminado e, de uma vez por todas, perceber que já quase nada temos a perder e que o dia chegará de já tudo termos perdido porque nos calámos e, sós, desistimos.

O saque (empréstimo, ajuda, resgate, nomes que lhe vão dando consoante a mentira que nos querem contar) chegou e com ele a aplicação de medidas políticas devastadoras que implicam o aumento exponencial do desemprego, da precariedade, da pobreza e das desigualdades sociais, a venda da maioria dos ativos do Estado, os cortes compulsivos na segurança social, na educação, na saúde (que se pretende privatizar acabando com o SNS), na cultura e em todos os serviços públicos que servem as populações, para que todo o dinheiro seja canalizado para pagar e enriquecer quem especula sobre as dívidas soberanas. Depois de mais um ano de austeridade sob intervenção externa, as nossas perspetivas, as perspetivas da maioria das pessoas que vivem em Portugal, são cada vez piores.

A austeridade que nos impõem e que nos destrói a dignidade e a vida não funciona e destrói a democracia. Quem se resigna a governar sob o memorando da troika entrega os instrumentos fundamentais para a gestão do país nas mãos dos especuladores e dos tecnocratas, aplicando um modelo económico que se baseia na lei da selva, do mais forte, desprezando os nossos interesses enquanto sociedade, as nossas condições de vida, a nossa dignidade.

Grécia, Espanha, Itália, Irlanda, Portugal, países reféns da Troika e da especulação financeira, perdem a soberania e empobrecem, assim como todos os países a quem se impõe este regime de austeridade.

Contra a inevitabilidade desta morte imposta e anunciada é preciso fazer qualquer coisa de extraordinário.

É necessário construir alternativas, passo a passo, que partam da mobilização das populações destes países e que cidadãs e cidadãos gregos, espanhóis, italianos, irlandeses, portugueses e todas as pessoas se juntem, concertando ações, lutando pelas suas vidas e unindo as suas vozes.

Se nos querem vergar e forçar a aceitar o desemprego, a precariedade e a desigualdade como modo de vida, responderemos com a força da democracia, da liberdade, da mobilização e da luta. Queremos tomar nas nossas mãos as decisões do presente para construir um futuro.

Este é um apelo de um grupo de cidadãos e cidadãs de várias áreas de intervenção e quadrantes políticos. Dirigimo-nos a todas as pessoas, coletivos, movimentos, associações, organizações não-governamentais, sindicatos, organizações políticas e partidárias, que concordem com as bases deste apelo para que se juntem na rua no dia 15 de Setembro.

Dividiram-nos para nos oprimir. Juntemo-nos para nos libertarmos!

Comentarios