Opinión

Incêndios

[Nemésio Barxa]

Os pavorosos incêndios de este ano em Canadá, Grécia, Tenerife… semelha que opacarem a situação na Galiza onde, ainda com menos virulência que anos anteriores, seguiu a queimar-se o monte em mais de 2.000 hectares, só 1.400 ha em Baleira (Lugo), 20 ha em Palas, outras 20 em Castro de Rei e seguimos, Trasmiras, Avión, Rubiá, Arteixo…, como sempre, maioritariamente eucaliptos e pinheiros, porque inçam sobranceiramente nossos montes, até o ponto de cobrir o arvorado galego o 51% das necessidades de madeira do Estado espanhol, e porque são os que melhor ardem. Melhor combustão e maior consumo de água num futuro, já presente, de sequia que nos aguarda. O eucalipto foi introduzido na Espanha polo ano de 1846, como ornamental, polo monge Rosendo Salvadó, e só em mediados do século XX começou a considerar-se sua comercialização; foi tão rendível que suplantou ás espécies galegas (castanheiros, carvalhos, etc.), mais lentos na sua rendibilidade, pero resistentes ao lume. O lobby madeireiro conseguiu que, contra os informes científicos, a Justiça declarasse que o eucalipto não é espécie invasora, a mesma Justiça que mantem a Ence na ria de Pontevedra. E, surpreendentemente, no anteprojeto à nova Lei do Clima que apresenta a Xunta, ignoram-se por completo os riscos associados à emergência climática, como são os incêndios.

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