Opinión

A violência espalha corpos no permanente attrezzo do dor

O tempo passa mas a proteção civil não se faz efetiva. As vítimas continuam sendo assassinadas. A violência espalha corpos no permanente attrezzo do dor. O poder  mantém-se paralisado, dormido, com a desumanidade colada nos corações. Não fazem nada para acabar com o massacre. Ao final todo se resume em palavras, mais ou menos acertadas, mais ou menos empáticas. Não obstante,  a realidade é bem diferente, o genocídio continua. Estão a cometer um extermínio sem compaixão e a agressão, incompreensivelmente segue  sem ser incriminada e este facto faz-me duvidar de que existam verdadeiros  desejos  de rematar com esta barbárie e pôr termo à enorme injustiça que se está a  cometer com estas  pessoas.

Antes de mais nada, quero dizer que esta opinião, surge desde a minha perspetiva duma cidadã preocupada, pelo desleixo para com todas as pessoas, que estão a sofrer a perseguição e a morte, algo que resulta inconcebível, inaceitável.

Os meses transcorrem mas, a situação não  se resolve, segue sem cessar a matança de civis e a possibilidade  dum estado palestino não é aceitado. E a mim  esta reiterada oposição, a chegar a um acordo de paz e entendimento por parte do sionismo, dá-me a entender que a única intenção do iniciador e executor desta barbárie,  desde o princípio,  era aniquilar a totalidade  dum povo. Talvez, com a pretensão de liberar um território que eles consideram próprio. E para conseguir os seus objetivos, parece que todo é válido.

A violência segue a ser uma constante neste mundo,  no qual as vítimas costumam não ser o mais importante. E neste conflito afigura ser assim.

Certamente, são demasiadas as  ocasiões nas que considero a indiferença como o sentimento mais mundial, palpável, capaz de converter a seres humanos em monstros capazes de realizar os mais cruéis e terríveis factos para com os seus semelhantes. 

Hoje um novo massacre acaba com as vidas de vítimas inocentes em Gaza, e este ataque aconteceu  no momento que aguardavam recolher ajuda humanitária. E eu senti a necessidade de escrever sobre este tema. E na minha mente surge-me uma pergunta que se faz insistente, quase uma obsessão: Ate quando?

Diria

que a imagem é perfeita
como um alegre dia de verão
Parece perfeita
na superfície
clara, linda!
Mas no ar ainda
existe, permanece a sombra
que submerge
baixo um forçado sorriso
e o pensamento
voa inevitavelmente
por um céu pleno
de bombas e de mortos
No entanto
as vítimas inocentes
caem na terra
são massacrados
Não obstante
o executor não é inculpado
Pelo contrário
caminha livre
espalhando morte
Espalhando desolação

Diria que é perfeita a imagem
como um alegre dia de verão
Parece perfeita
mas no ar ainda
existe, permanece a sombra
o pranto
dum povo ao que estão aniquilando
dum povo
que não resta mais nada

Só lágrimas

Versão do poema escrito em italiano, que publiquei na página de poesia  “Alidicarta”

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