Opinión

Os lucros, som os lucros estúpido

O banco, o monstro necessita lucros continuamente. Nom pode agardar, morrerá. Nom, a renda deve pagar-se. O monstro morre quando deixa de crescer. Nom pode deixar de crescer. J. Steinbeck, As vinhas da ira. Como bem sabem As vinhas da ira nom se refere a este século mas à decada de trinta do século XX.



O banco, o monstro necessita lucros continuamente. Nom pode agardar, morrerá. Nom, a renda deve pagar-se. O monstro morre quando deixa de crescer. Nom pode deixar de crescer.

J. Steinbeck, As vinhas da ira.

Como bem sabem As vinhas da ira nom se refere a este século mas à decada de trinta do século XX. A pesar das grandes diferenças entre ambas épocas ao relé-la nom som poucas as situaçons que nos traem ao presente. Nom é umha surpresa, nom som poucos os economistas que salientam as semelhanças entre o crash do 29, a posterior crise e a actual.

Os bancos, o monstro insaciável, que no romanze de Steinbeck se apropriavam da terra dos pequenos agricultores obrigando-os a procurar um emprego assalariado. Nom só os bancos, mas o capital e mais particularmente nas últimas décadas o capital financeiro seguem sendo insaciáveis. Recebem miles de milhons de euros de ajudas públicas. Um resgate que tod@s temos de pagar em forma de recortes e perda de direitos. Despidem a miles de pessoas. Estafam com o beneplácito do governo às pessoas que depositárom os seus aforros em preferentes. Despejam às pessoas da sua vivenda e conduzem à desesperaçom a miles de famílias.

Os grandes bancos absorvem às entidades mais pequenas, no Estado Espanhol às caixas de aforro que mantinham umha quota importante de mercado. Avança o processo de centralizaçom do capital do que nos falou Karl Marx. Um processo no que as entidades galegas desaparecem, o Banco Pastor e NCG Banco, e no que se evidencia mais umha vez o trato colonial que recebe o nosso país. NCG Banco condenada a desaparecer enquanto se publicita que a Bankia/Cajamadrid se poderá manter como entidade independente. Os nossos recursos financeiros expropriados em benefício do centro.

"Nom só os bancos, mas o capital e mais particularmente nas últimas décadas o capital financeiro seguem sendo insaciáveis. Recebem miles de milhons de euros de ajudas públicas. Um resgate que tod@s temos de pagar em forma de recortes e perda de direitos".


Um capital que dirige a sua olhada avarenta cara actividades que estám ainda em boa medida no ámbito público: sanidade, educaçom, pensons,... O carácter expansivo do capital que sinalou Marx; a necessidade de crescer para viver que escreveu Steinbeck.

O desemprego alcança cifras desconhecidas no nosso país. O exército industrial de reserva que tam bem descreveu Marx e que Steinbeck exemplifica perfectamente nos okies (os gallegos diriam em muitos lugares), os emigrantes chegados a California procedentes doutros pontos de Estados Unidos. Um crescente exército industrial de reserva que o capital, com a colaboraçom indispensável do governo, aproveita para aumentar a exploraçom e os lucros. @s assalariados som praticamente as três quartas partes d@s ocupad@s na Galiza e sem embargo os lucros empresariais fórom em 2011 superiores ao conjunto da remuneraçom d@s assalariad@s. Nos dous primeiros trimestres de 2012 a diferença aumentou.

Os ingressos médios dos fogares diminuem ao tempo que se incrementam gastos de primeira necessidade. Aumentam as dificuldades das famílias. Mais de 30% d@s galeg@s tivérom dificuldades em 2012 para chegar à fim de mês. Em muitos casos isto vai directamente em benefícios de importantes transnacionais. Segundo o INE o gasto médio dum fogar galego em electricidade incrementou-se 77% entre 2006 e 2011. O espólio energético do nosso país denunciado polo nacionalismo que redunda em maior pobreza.


"Segundo o INE o gasto médio dum fogar galego em electricidade incrementou-se 77% entre 2006 e 2011. O espólio energético do nosso país denunciado polo nacionalismo que redunda em maior pobreza".


Nom esqueçamos que desde a década de sessenta se produzira um crescimento da classe média, é dizer, @s assalariados, autónomos ou pequenos empresários cujo nível de ingressos lhes permitia manter um nível de vida confortável. Um crescimento devido em boa medida a luita operária e à existência dumha alternativa ao capitalismo representada polos países do denominado socialismo real e polos emergentes movimentos de libertaçom nacional. De continuarmos com estas políticas esta categoria social está em sério perigo.

E Rajoy di-nos que devemos continuar por este caminho. Nom, nom é o emprego, nom é a economia, menos a galega; som os lucros, os lucros duns poucos, cada vez de menos.

Comentarios