Opinión

Para apontoar a Galiza

Compre jogar com as palavras nestas circunstâncias eleitorais em que estamos.

Pontom é uma barca chata, um navio fundeado que serve de depósito, mas também o conjunto de barcas para formar com outras a chamada ponte de barcas, ou uma ponte de vão pequeno e sem apoios intermédios. E ainda é um pontom uma peça de madeira ou metal que ampara outra pouco segura ou um pilar de alvenaria que reforça uma parede. Escorar nom é inclinar-se um navio, senão amparar suster, segurar com estacas ou especar. E apontar, aparte de para disparar, também é começar, aparecer, despontar, indicar e dirigir, mais tomar apontamentos, notar. E sobretudo “apontoar”, coser a pontos largos e pôr um pontom.

Isto vem a conto para apresentar a Ana (Belém) Pontom, brincando com o seu apelido. Com Pontom podemos formar uma ponte de barcas cara o futuro ou uma ponte sem apoios intermédios, ou amparar peças pouco seguras de si próprias e reforçar o muro do País. Se Pontom apontar seria o mesmo que começar ou dirigir um povo. E para apontoar a pontos largos bem cosidos precisamos pôr Pontom no governo de Galiza. Estou com Beiras: Pontom, o melhor.

Sinto uma natural empatia com Ana Pontom, nom só com a sua alta figura feminina, sorriso sem chegar a riso e olhada direta e franca, senão pela faculdade de compreender emocionalmente a sua ideologia nacionalista, ou a capacidade de me identificar com ela como pessoa, e sobretudo com as suas palavras e forma de falar. Uma política tem que saber falar bem e escutar com calma, sem imutar-se quando recebe um ataque ou um elogio.  É elegante. Tem que saber comunicar a sua mensagem sem assustar nem insultar a ninguém, mas com firmeza. E considero, depois de observar e seguir atentamente a sua longa trajetória na política galega que conseguiu converter-se em uma figura de alto nível como parlamentária e mesmo como representante indiscutível de muitas galegas e galegos, recuperando o BNG. Uma mulher sem falhos à vista, sem grandes ou aparatosas aparências, discreta e segura, que inspira confiança e respeito, que cai bem.  Por todo isso seria uma magnífica Presidenta da Xunta de Galiza. E já sei que nom é ela só, que tem muita gente boa detrás e ao lado, como as barcas para fazer a ponte.

Se dam as contas nos resultados dos votos o 18 de fevereiro, com a aliança dos socialistas galegos do meu ex-aluno Besteiro, bom negociador em distâncias curtas e sem discursos complexos, com Lara, Maira e Olaia em Lugo, poderemos ter um governo galeguista como aquele que sonhamos há vinte anos e se malogrou. Depende da gente nova e progressista que tem que votar massivamente. Seria o melhor para este País que merece uma política própria sem dependência de Madrid e com as mínimas ataduras precisas para entender-se com o governo central, que já teria com uma vice-presidência do PS de G, passo a passo cara a soberania federal. Sem problemas, sem medos, com esse Pontom fundeado no nosso litoral armazenando a nossa riqueza própria sem intermediários nem colonizadores que especulem e contaminem.

Rogo a todos os galegos e galegas conscientes e progressistas, mais às galegas, que deem o seu apoio ao BNG sem dispersar voto útil (- ou ao PSdeG se o preferem por ideologia socialista-) com o fim de conseguir o fito histórico de que Galiza tenha uma Presidenta da altura e qualidade de Belém, essa Ana Pontom conhecida e reconhecida na sua cuidada figura pública, que ela ganhou a pulso por méritos próprios e trabalho impecável, ajudada por muitos, na que aqueles que nos representa, que realmente somos quase todos os galegos, temos postas as nossas esperanças.

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