Opinión

Válhame Deus

Bom, fui votar. Naturalmente BNG. E arrastei votos da mina mulher e outros mais. Não mudei de opinião; o resultado era algo avisado; mas pesava em mim o sentimento de ser orgulhosamente galego e padecer a vergonha de soportar internamente e fronte a outros povos a imagem de um pais desnortado, insolidario, sumiso e despessoalizado. Por isso sucumbim para ajudar a incrementar a escaseza de apoios com meus votos.

Bom, fui votar. Naturalmente BNG. E arrastei votos da mina mulher e outros mais. Não mudei de opinião; o resultado era algo avisado; mas pesava em mim o sentimento de ser orgulhosamente galego e padecer a vergonha de soportar internamente e fronte a outros povos a imagem de um pais desnortado, insolidario, sumiso e despessoalizado. Por isso sucumbim para ajudar a incrementar a escaseza de apoios com meus votos.

"O escaso resultado obtido polo BNG difere do que faria pensar a assistência a manifestações diversas sobre o idioma, a patria, o ensino, etc.; nos intres de maior pesimismo eu confiava em que o batacazo fose menor".

Analisava em “A Peneira” o pasmo que me causou ver como eramos, especialmente em Ourense, os mais decididos defensores das políticas de recortes em direitos sociais, políticos e económicos do governo do PP. Atendendo a número de votos não podia pensar que entre esse dez por cento de ricos e os enchufados, politicos de direita e vividores se pudese alcanzar o número de votos acadados polo PP; por muito que retrocedese em votantes ainda dispunha de um folgado 36% que necessariamente tinha que incluir votantes afectados polos recortes, polos despidos, polo desemprego, polas preferentes, pola sanidade, polo ensino... pessoas que posivelmente acudirom a manifestações e actos de protesta. E igualmente o escaso resultado obtido polo BNG difere do que faria pensar a assistência a manifestações diversas sobre o idioma, a patria, o ensino, etc.; nos intres de maior pesimismo eu confiava em que o batacazo fose menor.

Por isso me causa sorpresa o conformismo da direcão do BNG asumindo como bom o resultado ao proporcionar modestisimo, parcial e subsidiario aceso ao Parlamento Europeio por ter aportado um escaso 20% de votos á coalição com Bildu. Sem paliativos, o resultado é mau; outra cousa é que se valore o trabalho da militancia para chegar a esse alarmantemente baixo 6’7% do electorado. Mas o problema não reside em se o BNG resiste ou não; o problema fica em que se na Galiza só um 6’7% somos nacionalistas teremos que replantejarnos que futuro pretendemos para o país e desde onde pensamos comenzar. Indudavelmente o problema da despessoalização dos galegos é um problema do BNG enquanto ser ainda na actualidade a única ferramenta útil para o nacionalismo. Poderia ser tambem CxG. Desde sempre  propugnei a necessidade de que para ficar adequadamente artelhada politicamente (no esquema politico actual em Occidente) a nação galega, precisava de um partido político forte de esquerdas e outro de direitas (direita civilizada) ou centro direita; este partido, que pudo ser Coalición Galega, foi ao fracaso pola infirmidade de Franqueira e a traição dos seus homes de confiança, J.M. Baltar e  Victorino Nuñez, que se pasarom á direita espanholista do PP (penso que Franqueria, com suas contradições, era um nacionalista que, contava-me Senen Bernárdez, imbuia de espiritu galeguista a seus colaboradores e militantes, levantando assombro entre eles); hoje poderiam ser germolo de essa direita civilizada ou centro direita os de Compromiso, que tenhem todo meu respeto ao ser nacionalistas e poder representar a uma parte social do país (parte importante, a direita galega), ainda que nunca militar-ei nas suas filas polo meu compromiso social. 

"Pode que o nacionalismo fique em retroceso. O reto do BNG é recuperalo. Não busco culpaveis, só pido que a direcção tome em serio a encomenda para recuperar sentimento de nação no povo galego".

Penso que a analise que fai para a militancias Bieito Lobeira é acertado. A desgaleguização resulta evidente. E, ainda a risco de que se me volva a anatematizar, que parte de responsabilidade tem nisse feito a direcção  do BNG?, como explicam os diversos responsaveis da direcção que tendo um importante patrimonio de eleitores que nos levou a ser casi a segunda forza política da nação chegásemos a esta miseria de simpatizantes? Estamos indo de victoria em victoria (porque as debacles sufridas sempre forom bem acolhidas por aquelo de que “podia ser pior”) e confio em que emendemos o rumo para não chegar á derrota final. Não me vale a desculpa da excisão porque a queda desde mediados da década dos 90 até hoje (com um breve periodo de estabilidade entre o 1.999 e o 2.002) mostra como ja antes da marcha de parte da militancia comenzou a baixa porcentual importante. 

Com excepções (como Pontevedra e Allaríz, algúm mais tambem há, porem estes som os mais paradigmáticos), desde que acadamos responsabilidades de governo comenzarom a fugir os votantes. Talvez porque alem de nacionalistas ou galeguistas  muitos dos votantes eram pessoas que confiavam em que teriamos um jeito diferente de governar e quando chegamos ao governo pouco nos diferenciamos dos outros. Respeto que haja militantes aos que não importe que com os votos do BNG se subam os emolumentos dos deputados, a mim sim, que se estabeleza no máximo os emolumentos de reforma, a mim sim, que seguram existido “chiringuitos”, a mim sim, que se aceptem regalos, a mim sim, que se afastem da militancia ao chegar a cargos públicos, a mim sim, etc. etc. Todo isto, apreciado pola sociedade que havia decidido darnos o voto, levou ao desencanto. Como se pode explicar que, em Vigo p.ex, em dous anos, do 1.997 ao 1.999 os nosos votantes descendesem num 7%? É que um 7% de nacionaistas decidiu pasar ao espanholismo? Não; foi a época do desatroso governo municipal de Lois Castrillo; e se a media de votos do BNG se mantivo com certa estabilidade durante dous ou tres anos mais foi, ao meu parecer, polo efecto “Nunca Mais”; que pasou em Ourense para que pasemos ao 5º posto de forza política? que tampouco nem no governo nem na oposição convencemos á cidadania. Desde uma procentagem que andava por mais do 31 % no ano 96/97 pasamos a um raquítico e preocupante pouco mais do 6% na actualidade; perdemos porcentualmente um 25% em 9 anos. Nõ é o drama do BNG, é o drama do nacionalismo, do BNG é a responsabilidade, e a dúbida que me asalta é se será capaz de enfrontar esta responsabilidade e conectar com o país para devolverlhe a identidade, o norte, a rebeldia e o orgulho de ser galegos, de pelexar polos seus direitos como povo e como cidadaos.

"Não parece que existam agora azos no nacionalismo para intentar um medio afim com forza, que é o que pretendemos desde “Sermos Galiza”, com um accionariado comprometido e um grupo de pessoas que fam posivel sua presença nos quiosques cada semana".

Sem paliativos, foi um fracaso e é preciso reconhezelo. Não busquemos explicações no mediatico que pode resultar um candidato; não conseguimos pescar votos nem na bolsa de descontentos. Nos anos 1.995 e seguintes tampouco tinhamos medios de comunicação favoraveis, todo o contrario; havia um semanario afim, “A Nosa Terra”, e nada mais; tampouco o BNG intentou nunca contar com imprensa propicia, nem na época na que detentou poder; o da “ANT” foi um escarnio para o nacionalismo com a sua deriva cara do espanholismo e com a inclussão no seu conselho de administração a pessoas como Vitorino Nuñez, espanholeiro do PP e de duvidosa trajectoria política; deixou de interesar ao nacionalismo e tivo que fechar. Não parece que existam agora azos no nacionalismo para intentar um medio afim com forza, que é o que pretendemos desde “Sermos Galiza”, com um accionariado comprometido e um grupo de pessoas que fam posivel sua presença nos quiosques cada semana. No franquismo a imprensa era ainda mais enemiga, mas nós infiltravamonos nos grupos vicinhais, nos problemas que surdiam nos povos, nas aldeias ou em qualquera grupo social, actuavamos em pequenas reunions nas que analizavamos onde acudir, etc. e levavamos a cada reducto a nova da nação galega; e desde os poucos que eramos no inicio fomos enchendo a praza da Quintana ao ficar escaso São Domingos de Bonaval.

Pode que o nacionalismo fique em retroceso. O reto do BNG é recuperalo. Não busco culpaveis, só pido que a direcção tome em serio a encomenda para recuperar sentimento de nação no povo galego. Do contrario pecharemos; eu seguir-ei escrevendo no meu idioma galego-portugués e não me afudir-ei no dialecto residual no que se converter-a o idioma que se deturpa e esmorece por intereses económicos e politicos.

Quinta do Limoeiro, 31.05.14. 

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