Opinión

Incapacidade

Incapacidade por parte de todos, da que todos somos culpáveis. Como é posivel que desapareza a livraria de referència para o galeguismo em Ourense? A Livraria TORGA sempre foi muito mais que uma livraria, foi um espaço de cultura, de liberdade, de contraste de ideias, de galeguismo... 

Incapacidade por parte de todos, da que todos somos culpáveis. Como é posivel que desapareza a livraria de referència para o galeguismo em Ourense? A Livraria TORGA sempre foi muito mais que uma livraria, foi um espaço de cultura, de liberdade, de contraste de ideias, de galeguismo... E Xabier foi uma pessoa sempre arriscada, sempre animoso, dinamizador  e imaginativo em abrir novos caminhos para achegar a cultura, especialmente a do nosso país, á cidadania e em achegar a cidadania á cultura; num agir de ida e volta era capaz de trazer á sua livraria o mais actual e moderno da literatura, especialmente galego-portuguesa, e conseguir que a gente acudise para conhezer essas novidades mediante a convocatoria de convivios, juntanças e apresentação de livros.

"TORGA foi um faro de cultura, uma fervenza de inquedanzas e conhezimentos, um projecto que tentava colocar de novo a esta velha Autia no concerto das cidades culturais".

TORGA foi um faro de cultura, uma fervenza de inquedanzas e conhezimentos, um projecto que tentava colocar de novo a esta velha Autia no concerto das cidades culturais. Que desfeita! Como esta cidade, seus habitantes, não fomos capaces de manter este facho aceso?

Lembro que Xabier foi quem de impedir a queda  da "Agrupacion Cultural Auriense" e mantela viva no seu proprio local (da Auriense) derrochando inventiva e recursos, implicando a mais de um e achegando posturas entre a propriedade do local e possibilidades oferecidas por outros colaboradores. Oxalá Xabier atopes o vieiro preciso para superar os embates que nos manda tanta miseria e tanto empobrecimento, económico e cultural.

A rua da Paz, berce de importantes vultos da cultura ourensana e galega, ja não será a mesma sem a livraria Torga, sem o encanto de asomarnos á sua montra e observar as novidades literarias na sempre de agradecer renovação do seu contido; ou passar ao interior e perderse na contemplação de aqueles andeis cheios de volumes do mais amplo colorido e da temática mais diversa, sentir nas tuas maos o contacto com o papel, atingir os contidos, disfrutar com a descoberta do assunto tantas vezes procurado e sempre, sempre, o cálido recebimento e conversa de Xabier e Marta.

"Foi a minha incapacidade e de muitos mais ouresans a culpavel de que desapareza esse espaço de convivencia e de dignidade galeguista. Teriamos que reflexionar sobre o esforzo que tal vez podemos fazer (e não fazemos) para salvar nossa identidade cultural (e nacional)" 

E não só era ver livros; era o clima de camaraderia e de complicidade que existia no local que facia que todos os livros cobrasem vida no conjunto de pessoas que compartiam espaço, que falavam de literatura, que opinavam e escoitavam aos autores ou apresentadores nas muitas convocatorias que a tal fim se nos faziam. Perdemos um lugar de encontro. Ourense em pouco menos de um século passou de ser a capital literaria do galeguismo a não ter um espaço cultural de seu, a perder a última livraria que ecoava cultura galega intensa  e profusamente.

Não quissera laiarme, mas foi a minha incapacidade e de muitos mais ouresans a culpavel de que desapareza esse espaço de convivencia e de dignidade galeguista. Teriamos que reflexionar sobre o esforzo que tal vez podemos fazer (e não fazemos) para salvar nossa identidade cultural (e nacional) de todos os ataques que nos chegam das instituções e do poder. Temos que reconhezer que todos os recortes económicos e sociais, o paro o desleixo (senóm  a agressão) dos que detentam o poder, a disminução do poder adquisitivo, etc. vam retraendo o investimento ou axuda á cultura. Mas muitas vezes tambem depende da capacidade de orgaização colectiva para cobrir deficiencias ou para complementar necessidades. Agora que se trata de buscar lugares de reunião, não poderiamos pensar em que Torga poderia ser o ideal?, porem, sempre que se utilizase, pois nas apresentações de livros que se faziam a lotação não se esgotava, mais bem a afluencia de gente era escasa.

Venhem tempos dificeis que nos exigem um esforzo de concorrencia e incluso económico para enfrontar os retos que desde o mais rancio centralismo se nos fai. Xabier, confio em atoparte noutra aventura cultural e prometo ser mais solidario contigo.

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