1.-Revoluçom?
Si, trata-se dumha revoluçom em total cabalidade. Revoluçom burguesa? -umha revoluçom burguesa mais?-, revoluçom pacífica, civil, mas revoluçom ao cabo.
Passa que os cataláns nom querem pronunciar a palavra que nom fazeria mais que reflectir fielmente o accionar: desobediência civil à constituiçom espanhola e aos tribunais de justiça da Espanha.
2.-Desobediência.
As revoluçons -sem chegarem a guerras- nom se caracterizam precisamente por observar umha ordem contra a que expressamente ou tacitamente reagem: faltava mais!
3.-Federalismo?
Quando o PSOE ou Podemos dizem defender umha Espanha federal e aqueles estream para si o conceito, embora nominal, de naçom de naçons, é de supor que alentam culminar o processo autonómico espanhol, que ficou anquilosado na etapa pré-federal (que nunca pretendéu perfeccionar), a meio caminho entre o centralismo de antano e um teórico federalismo.
Entom falam -e nom só eles- em suprimirem as deputaçons... mas raramente (eu nom o tenho ouvido) expressam que o que hai que eliminar primeiramente simplesmente som as províncias -reminiscência do centralismo borbónico “a la francesa” de De Burgos-, com o qual esse corpo colectivo meramente provincial ficaria obsoleto ou inoperante por princípio.
Mas semelha, tamém neste suposto, que nom se quer pronunciar esta frase: suprimir as províncias.
4.-República... (espanhola, polo de agora).
E em falando de Borbóns, se algo altamente positivo tem para nós o processo catalám, ela é a fórmula republicana de governo: nom é miuda cousa que alguém, finalmente, se expresse em tales termos... adiantando-se ao que ha vir algum dia nom lonjano: a supressom dum regime anti-democrático em origem -e mais no caso espanhol- por muitas formas democráticas que aparente possuir.
E é de aguardar que os porverbialmente díscolos espanhois nom sejam tam borregos como os flemáticos ingleses ou os súbditos de qualquer outra das monarquias democráticas europeas residuais.
5.-Escócia (Québec... Kosovo?).
E já que falamos dos ingleses, di-se que o caso da Catalunya nom é o da Escócia: claro que nom, é pior! Pois se bem a velha Alba foi incorporada por pacto -pacto revisável em todo momento-, o país de Verdaguer foi-no a sangue e lume: maior razom para cobrarem-se contas velhas!
Daquela os chamamentos de Madrid a Barcelona para que esta se cinja às normas nom passam de ser a retórica do amo.
6.-A unidade espanhola.
De que integridade territorial me falam cum tumor maligno chamado Gibraltar -única colónia dum estado européu enclavada noutro estado européu? E que pinta essa reminiscência medieval de Andorra?
Umha unidade a espanhola, além disso, bem dispersa: Ceuta, Melilha, Canárias (adoráveis Canárias!)... África, nem sequer Europa, pois.
7.-Naçom de naçons...
Que os cataláns tenhem a obriga de exercerem, cedo ou tarde, esse direito de autodeterminaçom que tem qualquer povo composto de cidadáns -e nom de súbditos como o nosso-, nom se pode negar: quem o nega é o raposo centralista e colonizador que se recosta no conceito: “A soberania corresponde ao conjunto do povo espanhol e nunca a umha parte dele”.
Por isso é tam falso dumha parte (PP/Cs) negar que o Estado espanhol é umha naçom de naçons, como contraditório pola outra (PSOE) falar em naçom de naçons sem lhe reconhecer a estas o estatus que a toda naçom é inerente: a soberania.
E por isso tamém aquela (esta) constituiçom espanhola inventou esse disparate semántico que é o termo nacionalidade, “Condición y carácter peculiar de los pueblos y habitantes de una nación”, em bom paladino castelhano da sua Real Academia-... por nom dizer naçom! (Já sei que nom eram tempos de rutura!).
8.-Economia.
Só me preocupa neste tema o suposto empobrecimento que co esgalhamento catalám sufriria a economia da residual Espanha (na que a Galiza está presa), a talvez agudiçada deseconomia dos mais desfavorecidos... Entom,
9.-Colofom.
Trabalhemos logo para que umha reordenaçom da economia palie a possível depauperaçom maior dos de sempre, o qual, bem sabido é, nom será doado no capitalismo selvagem mundial, e portanto, européu e espanhol actual, que cumpre desarvorar.
Sem que isto actue como chantagem fronte ao direito dos cataláns a darem-se, se assi resulta, o governo e a independência que forem. Quando nas independências ou segregaçons dos países se contemplarom estas razons do ex-dono ou sócio dominante.
Quanto à Galiza, só podemos rematar evocando ao guieiro Castelao quando botava de menos na nossa pátria umha urbe o suficientemente poderosa (v.g. Barcelona) para lhe pôr respeito ao monstro político mesetário: eis o que a Cidade das Rias poderia lograr.
Corunha, setembro de 2017.