[Nemésio Barxa]
O desconhecimento que tem a direita, e nomeadamente seus políticos, do movimento feminista, que desprezam ou não participam, leva a que se originem trifulcas inecessárias e que se transmitam á sociedade mensagens erróneos. Na semana passada produziu-se no Congresso uma grande escandaleira verbo das palavras da Ministra de Igualdade que acusou o PP de promover "la cultura de la violación…". Espetado de súpeto e em frio, sem tempo para analisar a frase, compreendo que pudesse solevantar á bancada direitista iletrada; o que não compreendo é que com tempo de reflexionar continuassem a rejeitar com violência verbal aquela manifestação, na que o resto da frase, "que pone en cuestion la credibilidade de las víctimas" já dava sua definição. Se a direita tivesse a mínima cultura do movimento feminista, como de outras muitas cousas, saberia que o término "cultura de la violación" é um termino acunhado polo feminismo desde há mais de meio século, e admitido pola ONU, que refere todas as condutas que reforcem os estereótipos sexuais contra as mulheres. É a definição de uma conduta, não é um insulto. Claro que parte da esquerda, tíbia ou incluso beligerante, também necessita culturizar-se em feminismo.
