Opinión

Em galego

Na passada terça-feira, 17 de maio, estivem em Compostela no Dia das Nossas Letras e molhamo-nos, desta volta literalmente, como todos os dias, polo galego. E figem-no acompanhado da minha filha Deva. Deva tem sete anos e desde que da sua boca saírom as primeiras palavras é umha orgulhosa e consciente galego-falante. E nom o tem nada fácil, contra vento e maré resiste à pressom social que impom o castelhano cada vez que sai dos espaços de conforto.

A situaçom da comunidade lingüística galega é cada vez mais preocupante, com os mais baixos níveis de uso social da história. A falta de soberania nacional tem expressom na destruturaçom do idioma, cada vez mais reduzido a um papel secundário. O galego malvive à sombra do espanhol, principal favorecido polas políticas legislativas e institucionais na Galiza.

Mais um ano, vimos como as instituiçons públicas, meios de comunicaçom subsidiados com milhares de euros públicos vestem as roupas da normalizaçom lingüística, com iniciativas amáveis para a língua, julgando, que, com isso, já cumprírom o seu compromisso com o galego.

Cumpre nom esquecermos que o atual presidente da Junta da Galiza, Alfonso Rueda, se colocava atrás da faixa da infámia aquele 8 de fevereiro de 2009, na fracassada mobilizaçom de 'Galicia Bilingüe'. O mesmo Rueda que demostrou há uns dias na sua tomada de posse um analfabetismo no idioma próprio do país que vai governar.

Ao visível desprezo dos governos autonómicos do PP soma-se a incapacidade de concelhos e deputaçons com maiorias pró-galego para articularem estratégias de avanço social real para o nosso idioma.

É urgente que um sector maioritário do nosso povo aposte ativamente na recuperaçom plena dos direitos coletivos. Cumpre reclamarmos a prioriradade legal e efetiva do galego frente a qualquer outro idioma. Sem pressom social, sem auto-organizaçom em defesa da galeguizaçom de espaços e os meios públicos, assi como o das relaçons laborais, a produçom o consumo e a cultura, o Estado espanhol e a Junta da Galiza continuarám a trabalhar contra os nossos interesses lingüísticos.

E é umha evidência que a sobrevivência da nossa língua enfrenta muitas dificuldades, mas atrevo-me a afirmar que somos capazes de propor e construir sem necessidade de autorizaçom por parte de nengum poder cultural estabelecido. Aí estám, para pôr um exemplo, os Centros Sociais ou as Escolas de Ensino Galego Semente para o demostrarem. Como di um amigo: "chorar a Cangas".

E para nos enfrentarmos a este desafio de recuperarmos o nosso idioma temos umha ferramenta imprescindível: o reintegracionismo. Um recurso coletivo que facilita que todas as galegas e galegos dialoguem com todos aqueles povos que já figérom seu o nosso idioma.

Toca-nos, pois,  seguir a construir e avançar sem trégua e aspirar a quebrar esse Regime de 78, cuja antidemocrática Constituiçom é inimiga da diversidade nacional e lingüística.

Comentarios