Opinión

Construindo a partir do local

Um problema de saúde impediu-me participar nas interessantes jornadas que a organizaçom independentista Movimento Arredista organizava, sob a legenda "Transformando desde o local", o passado sábado em Compostela.

Tocava-me intervir nas mesmas, falando da Fundaçom Artábria junto a outras experiências de construçom de poder popular, como as escolas Semente ou ADEGA. 

Três eram as questons que as organizadoras punham sobre a mesa, para dar um fio comum às diversas experiências. Tentarei pois resumir as ideias da intervençom. 

O Centro Social surge com vontade de dar cobertura aos movimentos sociais da comarca. Um espaço que funcione como ponto de encontro entre diferentes experiências militantes onde se poda socializar, falar, debater e construir. 

A partir dos eixos principais da defesa da língua e dos direitos nacionais da Galiza, procuramos impulsionar um espaço físico que sirva de escola de formaçom política e cultural. Um espaço para propiciar confluências e diálogo entre aquelas pessoas que apostamos na construçom nacional com umha ótica anticapitalista e feminista. 

Talvez um dos principais desafios seja a consolidaçom do projeto. Após vinte e quatro anos de existência, nom podemos dizer que o tenhamos conseguido. Numha sociedade em que continua a primar mais o individualismo que os projetos coletivos, complica o trabalho e obriga-nos a quase começar diariamente. 

As dificuldades que ao longo destes anos temos topado som várias. A principal eiva é a económica, essa espada de Dámocles que sempre paira sobre os projetos autogeridos como o nosso. O Centro Social é historicamente deficitário e a atual situaçom sociossanitária nom ajudou a mudar esta dinámica. Na atualidade levamos mais de ano e meio com o Centro Social fechado, embora tenhamos mantido algumha atividade.  Sem contar com umhas finanças saneadas, é difícil sair da fase de resistência. Outra das dificuldades que enfrentamos é sem dúvida a falta de renovaçom geracional, acompanhada dumha reduzida base social. 

No que respeita às questons que na política municipalista se podem desenvolver para reforçar projetos populares como a Fundaçom Artábria, creio que devemos de partir do respeito pola independência dos diferentes movimentos sociais. A colaboraçom pode desenvolver-se de várias maneiras, desde a cessom de espaços, a colaboraçom nas atividades, ou com ajudas economicas e subsídios. Mas seria importante que no municipalismo soberanista se interiorize que as ruas e os movimentos sociais seguem a ser os motores de qualquer mudança e as instituiçons umha ferramenta mais para a conseguir. O desenvolvimento de projetos como a Artábria irám acompanhados de maiores quotas de poder popular. 

Nom queria finalizar sem manifestar a minha, a nossa, solidariedade com o CS Gomes Gaioso, nos dias de hoje perseguido e "clausurado" por ordem do governo municipal corunhês mediante reviravoltas burocráticas. 

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