O debate político arredor do incêndio

O primeiro ministro português diz que não tem evidência "de que tenha havido qualquer falha"

Costa pediu explicações a diversos organismos -Proteção Civil, a Guarda Nacional Republicana- mas as súas primeiras conclusões é que não se produziu "qualquer falha" nos dispositivos de segurança e extinção. Por sua parte, o líder comunista, Jerónimo de Sousa, disse: "a fúria da indomável natureza não justifica tudo". E quem tem dúvidas sobre a versão oficial -as causas naturais como origem do sinistro- é o autarca [alcalde] de Pedrógão, Valdemar Alves, quem especula sobre uma mão criminosa trás as chamas.

Coche estrada de Pedrógão a Mosteiro. Incendio Portugal. Xuño de 2017.
photo_camera Um carro calcinado na estrada que comunica Pedrógão com Mosteiro

Em primeira instância, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez um chamado para não abrir o debate político enquanto não se ganhar o combate contra o fogo.

Até o de agora, a oposição não tem posto no alvo das críticas abertamente o governo de António Costa. Foi o mesmo primeiro ministro quem se adiantou ao pedir explicações sobre a sua actuação à Proteção Civil e à Guarda Nacional Republicana, nomeadamente em relação a por que razão não se fechara ao tráfego a estrada em que acabaram morrendo mais de 40 pessoas.

Ontem, Costa deitou água no lume político: "Não tenho nenhuma evidência de que tenha havido qualquer falha", disse, antes mesmo de ter recibidos os informes que ele pediu. "Mantenho a confiança na cadeia de comando, desde a ministra até aos homens que estão no combate", alegou.

Sim que deixou entrever certas críticas o líder comunista, Jerónimo de Sousa. O secretário geral do PCP -formação que apoia o governo de Costa na Assembleia da República- disse: "A fúria da indomável natureza não justifica tudo"

De Sousa demandou uma reflexão sobre "as causas que estão na origem de tão trágicos acontecimentos" .

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