Opinión

Umha CRTVG ao serviço do povo

O sucesso da manifestaçom que decorreu no passado 6 de novembro polas ruas de Santiago sob o lema 'Por umha CRTVG ao serviço do povo' evidência a potencialidade do povo galego quando de defender os seus interesses se tratar.

Mália se apresentar pola maioria dos meios de comunicaçom (com algumha exceiçom como a deste jornal) como umha mobilizaçom das trabalhadoras da CRTVG contra o sequestro informativo e a repressom do seu pessoal, o certo é que foi o povo galego, o seu tecido organizado (mais de sessenta coletivos de todo tipo), que a convocou para reclamar de maneira íntegra outro modelo de meios audiovisuais públicos na nossa terra.

No informativo, reclamamos, sim, um modelo escrupulosamente respeitoso com a imparcialidade, a neutralidade, a veracidade e o pluralismo, e denunciamos a manipulaçom burda e continuada das notícias dos telejornais e o cancelamento de contidos e profissionais.

Mas no resto da programaçom esigimos um modelo que recupere a variedade, o equilíbrio e a qualidade dos contidos audiovisuais destinados aos diferentes públicos. Nomeadamente, referimo-nos á atençom que a CRTVG tem de prestar à infância e a mocidade, pola sua importância futura para a nossa sociedade, pedindo a recuperaçom do seu papel educativo, socializador e galeguizador.

À imagem que reproduz das mulheres, com reiterados e escandalosos episódios de violência machista nos que se viu envolvida a CRTVG nos últimos tempos, exigindo a igualdade de trato e a nom discriminaçom.

À falta de perspetiva que oferece da realidade social, laboral, económica e cultural do país e de todo o seu tecido organizativo, reivindicando o direito de acesso de todos os grupos sociais, com o máximo respeito ao pluralismo e à participaçom democrática de toda a sociedade galega.

E reclamamos o controlo social non só dos contidos, mais também da gestom dos meios públicos galegos. Nomeadamente, referimo-nos ao papel da CRTVG como motor do setor audiovisual independente, que para lhe dar cumprimento certo tem de o fazer com transparência e evitando a concentraçom das compras num número reduzido de provedores.

Da importância e oportunidade desta última reclamaçom, dá conta o feito de quatro dias após a manifestaçom sair nos meios as pesquisas da Unidade de Delitos Económicos e Fiscais (UDEF) da Policia Nacional sobre o branqueamento de dinheiro de El Correo Gallego, em que se viu envolvida a CRTVG com o seu mecanismo de repartiçom de contratos para as produçons externas, em virtude do qual o jornal compostelano continuou recebendo dinheiro da canle pública mália ter embargadas as suas contas.

Em definitiva, reclamamos umha CRTVG como serviço público essencial, a garantir princípios fundamentais como o pluralismo político, social e cultural; a igualdade e nom discriminaçom, e a defensa da identidade de Galiza, da sua língua e a sua cultura.

Com este objetivo, seguiremos a nos mobilizar. Talvez na faixa de cabeceira da próxima manifestaçom estejam as pessoas representantes de todas as organizaçons da sociedade galega que a convocarem. Seria umha imagem poderosa e inequívoca dum movimento ilusionante  em defensa de umha CRTVG ao serviço do povo.

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