Capitalismo = Guerra

Completa-se um mês desde que Putin declarava o início da "operaçom militar especial" cujo objetivo é a desmilitarizaçom e desnazificaçom da Ucrânia.

Semanas de constante ruído propagandístico e de imposiçom da verdade oficial reproduzida em todos os meios de (des)informaçom ocidentais que estám a gerar umha grave russofobia e um preocupante alinhamento com as posiçons intervencionistas da NATO e dos EUA.

Sem analisar as causas, dificilmente poderemos compreender o que está a acontecer na Ucrânia, concretamente após a queda da URSS, momento aproveitado por ocidente para extender as suas estruturas políticas e militares para o Leste europeu, apesar das promessas de o nom fazer. Ao contrário, a NATO aproveitou cada crise para avançar posiçons.

Os conflitos na Ucrânia, fruto das luitas internas entre a oligarquia polo poder do Estado, provocárom em 2004 a "Revoluçom Laranja" e em 2014 o Euromaidan, que contárom com a ingerência de Ocidente. O motivo? Que os governos de 2003 e 2013 nom se dobrárom aos seus interesses, priorizando as relaçons económicas com a Rússia. 

O golpe de estado de 2014 tem como causa principal a exigência da direita nacionalista a Yanukóvich de ratificar o acordo de associaçom da Ucrânia e a UE, e que exigia exclusividade das relaçons comerciais entre ambas. Isto supunha, além da perda de mercado com a Rússia, a destruiçom do tecido económico do Donbass e outras zonas orientais. Aliás, este tratado abria as portas a umha futura integraçom na NATO. A negativa do governo ucraniano desencadeou o Euromaidan, apoiado pola direita neoliberal ou o nacionalismo ucraniano, desde o mais conservador até a extrema-direita, que os levou ao poder. Como conseqüência, a violência e a repressom contra a esquerda ucraniana e a guerra do Donbass. Umha guerra que provocou em oito anos 14.000 mortos, 30.000 feridas e 1,4 milhons de deslocadas, além dumha evidente situaçom de nazificaçom da Ucrânia, e que os colaboradores do exército do III Reich, como Bandera, fôrom elevados à categoria de heróis populares.

A volta da Rússia ao cenário das grandes potências, arredor dum projeto capitalista de Estado, véu acompanhada da agenda militarista marcada polos EUA e a NATO: Jugoslávia, Afeganistam ou o Iraque. Em 2008, durante a Cimeira de Minsk, Putin já advertia que nom ia tolerar a unilateralidade ianque, mas esta advertência nom serviu para frear as ánsias de expansionismo do imperialismo, provocando a situaçom atual que terminaremos pagando as de sempre: a classe trabalhadora.

A fase decrépita do capitalismo, o imperialismo, como assasinalava Lenine na sua obra, só pode trazer guerra e sofrimento à humanidade.

Concluindo, a gente tem direito e deve contrastar a informaçom, e com base nisso, conformar a sua opiniom sobre o que está a acontecer, mas dificilmente pode ocorrer quando se exerce a censura e a manipulaçom informativa, dia sim, dia também.