Opinión

Operaçom renove em Ferraz

A atual crise económica fijo que as posiçons se polarizassem cada vez mais.

A atual crise económica fijo que as posiçons se polarizassem cada vez mais. Nom porque nengum grupo revolucionário de vanguarda conseguisse organizar as molas necessárias para iniciar um levantamento popular, mas porque outro tipo de minoria, a que governa os nossos destinos como se fôssemos um cortelho, aproveitou o momento que estamos a viver para liquidar todos aqueles direitos conquistados durante décadas, voltando para umha legislaçom laboral própria dos inícios do sistema capitalista.

Nestes dias, a figura de Beatriz Talegón apareceu nos mídia. Toda a imprensa da caverna mediática iniciou umha campanha de desprestígio contra ela, com argumentos machistas e falazes. Nom nos unimos a esse linchamento. Mas, sim parece evidente que a sua figura surge numa altura de extrema confusom, para legitimar exatamente a Internacional Socialista, um conglomerado de partidos políticos que há muito substituiu Marx das suas teses e pretendeu ser o rosto humano do neoliberalismo. É mesmo ridículo que umha alto-falante dessa organizaçom venha a nos falar na ransformaçom social das condiçons de vida após a transiçom, nos Pactos da Moncloa, na entrada da CEE, no euro ou na OTAN. Eles nom o fazem porque tenham partido dumha reflexom sincera e honesta que procure acabar com os erros do pasado. Quando alguém escuta falar membros do PSOE depois de perder umhas eleiçons, sempre pode lamentar o facto de eles nom terem formulado isto quando podiam. A resposta é simples: nom podem. Nom é questom de vontade pessoal ou coletiva, som parte do sistema, nom podem mudar elementos centrais das políticas que hoje padecemos sem deixarem de ser o que eles som.

"Todo o mundo sabe que em política existem as cortinas de fumaça, e neste caso o que Ferraz pretende é delimitar vários espaços de intençom de voto"

Todo o mundo sabe que em política existem as cortinas de fumaça, e neste caso o que Ferraz pretende é delimitar vários espaços de intençom de voto, convertendo a cidadania num mercado mais. Nem medidas concretas para impedir os despejos ou para solucionar o tema das preferentes, e muito pelo contrário, o questionamento das grandes linhas vermelhas da transiçom, como som, a monarquia constitucional ou o direito a decidir. Mas, no campo da política, sempre tende a ficar o mais superficial, os elementos menos importantes e mais decorativos, a venda de ilusons numa altura em que o descontentamento demanda mais esquerda independentemente de a esquerda estar hibernando.

Contudo, para a mudança ser posível, precisamos ser mais. E, para sermos mais, temos de ampliar o espaço social e político. As pessoas que acreditarem no qual diz a Beatriz, nom som o nosso inimigo, como também nom o som todos esses votantes do PP que enganados perderam as poupanças de toda a vida enquanto os membros do seu partido os ignoram e olham para outro lado. As molas da história começam a se mover, e a história é umha consecuçom de conflitos em que as classes populares perderam muitas batalhas mas ainda nom a guerra. Um enfrentamento cívico que tem que levantar um muro popular para defender os interesses do 90% face a umha minoria cleptocrática e corrupta.

Comentarios