Cume do Clima: Unha lavagem de cara?

A estas alturas a comunidade científica e a política, sabem quais são as causas do desarranjo ecológico do planeta. Também já se levantaram muitas vozes indicando como se poderia corrigir a deriva ambiental que este está a sofrer. Pouco importa se reduzimos os combustíveis fósseis ou se denunciamos as emissões de metano polos animais ruminantes. O que está em causa é o modelo económico social que levou a este desastre. Tudo tem de ser mudado. Produzir a baixo custo para o empresário sem importar onde são fabricadas as cousas nem as relações laborais injustas que se estabelecem, só provoca injustiça social, emissões por transporte, excedentes que devem ser colocados no mercado e no final refugalhos que nos sepultam porque a terra não os da metabolizado. O objetivo tem de ser produzir o necessário e onde for necessário. O transporte é responsável polo 70% das emissões de carbono a atmosfera, para alem de emissões de óxidos de azoto e outros poluentes. A construção de estradas é responsável também de uma grande parte do deterioro ambiental, utiliza-se petróleo para o firme, destrozam-se terras de lavor e florestas, modifica-se a paisagem, cambiam os cursos de água etc. As vias de comunicação são necessárias, mas tudo é uma questão de escalas. Em Lugo está prevista fazer uma rama da autovia cortando os terrenos de Bosende, suas carvalheiras, seus valados e seus terrenos, que é totalmente desnecessária.

O mais ecológico seria cuidar o caminho de ferro galego. A maioria das vias estão já feitas, mas a comunicação interna da Galiza é, nestes momento, nula salvo o eixo Corunha Vigo. Leva o mesmo tempo ir de Lugo a Corunha que de Ourense a Madrid. O Governo Galego pode reclamar as competências em matéria de transporte contempladas no nosso Estatuto de Autonomia para renovar e viabilizar o nosso caminho de ferro. Um enlace Lugo-Compostela por Curtis representaria apenas uns 40 Kmts até Lavacolha. Esta deveria de estar comunicada com Santiago com um trem de alta frequência. A produção de energia também é antiecologica. É imprescindível para o funcionamento de qualquer sistema. Mas deveria de limitar-se no mais possível o seu transporte. Na atualidade está a ser produzida em lugares deprimidos, ou de sacrifício como é Galiza para ser levada até os lugares de privilegio como é Madrid. Esto é um esbanjamento de recursos estúpido e antiecologico. Para atuar eficazmente na correção do deterioro ambiental há que o fazer em múltiplos frontes com espírito sistémico e coordenado. As unidades de autogestão deveriam de ser o objetivo primordial desta cimeira. O transporte de mercadorias global deveria de ser penalizado e com tendência a ser reduzido ao estritamente necessário. A produção de lixo tem de ser reduzida. Na sua quantidade e na sua qualidade.

O melhor lixo é o que não se produz, depois é-o o que se transforma em recurso. A reciclagem é uma necessidade. Porque a Terra já não dá metabolizado mais resíduos e porque as matérias primas estão a se esgotar. O indigenismo deveria ser um modelo e não um objeto a eliminar. Todo desenvolvimento deveria de contemplar a justiça social e ambiental. O ecocidio deveria ser considerado como um dos piores delitos, porque afeta ao lar comum, a casa de todos os seres vivos. De nada vale reclamar energias renováveis se a sua gestão é feita desde os mesmos parâmetros que o resto da produção capitalista. Mudar petróleo por ventoinhas sem entrar no impacto ambiental que os macrocampos destes engenhos produzem, nada adianta a respeito do cambio climático nem do equilíbrio ecológico da Terra. Culpabilizar a carne como alimento sem entrar nas dimensões de macrogranjas onde o maltrato animal é a norma e a concentração de metano é a consequência de ter milheiros de vacas fechadas alimentadas com forragens, é distrair interessadamente a opinião pública. Favorecer as monoculturas como milho ou eucalito é provocar uma roda diabólica que vai desde a utilização de agro-tóxicos que empeçonham as águas e o ar e condena ao agricultor a dependência sócio-económica das grandes companhias multinacionais. Isso tudo teria que ser tratado na COP26 de Glasgow.

Mas infelizmente tudo ficou em boas intenções e boas declarações de princípios. Indigenismo, autogestão, vias de comunicação ecologicas, decrescimento, justiça ambiental e social, serão os temas imprescindíveis se queremos salvar nossas crianças dum mundo distópico numa Terra inclemente e acabrunhada. Está calculado que, se nada fazermos, os bebés que nasçam hoje sofreram vagas de calor sete vezes mais fortes do que agora. Queremos isso? Eu não quero. Temos que parar.