PORTUGAL

PCP e Bloco apoiam um orçamento por vez primeira

Acordo histórico em Portugal. Por vez primeira, o PCP e mais o Bloco apoiam um orçamento do Estado. Destarte, as contas para 2016 viram a luz verde graças aos votos favoráveis do PS, Bloco, PCP e PEV e com a abstenção. O PSD e o CDS votaram em contra.

Palácio de São Bento
photo_camera Palácio de São Bento

Por vez primeira na democracia, uns orçamentos do Estado foram aprovados com o apoio do PCP e mais do Bloco na Assembleia da República. Ainda que com matizes, o PCP resolveu dar o respaldo às contas de 2016. Jerónimo de Sousa, secretário geral do PCP, assinalou que o orçamento é uma rotura com o que classificou como  “política de exploração” do anterior Governo da direita de PSD e CDS.

Na sua intervenção no debate global dos orçamentos, o parlamentar comunista Francisco Lopes acusou o anterior Executivo de praticar uma política de “terra queimada” e de enriquecer  “uns poucos” em contra dos interesses das maiorias.  Também o responsabilizou de desenvolver uns orçamentos “indignos” nos últimos anos. Bateu contra PSD e CDS por rejeitarem as contas, “o voto em contra é resultado da negativa a reconhecerem a sua derrota e a reconhecerem que se deteve a marcha forçada da exploração, do empobrecimento e da injustiça social”.

A banca comunista quis deixar claro que o orçamento acarreta muitas limitações e deficiências que decorrem das opções de governo do PS

Embora votarem a favor dos orçamentos no seu conjunto, a banca comunista quis deixar claro que o orçamento acarreta muitas limitações e deficiências que decorrem das opções de governo do PS. Assim, ressalvaram que o PCV, entre outras, vai intervir para garantir medidas que envolvam o aumento do valor das pensões e melhoras na assistência do desemprego.

O Bloco também apoiou o orçamento na sua globalidade, embora sua líder, Catarina Martins, alertou que o partido irá ser  “extraordinariamente exigente” no debate de especialidade, que estará enfocado em três áreas: o fortalecimento do complemento social para as pessoas maiores, o aumento da assignação familiar para as pessoas com os ingressos mais baixos e aprovar a tarifa social a energia.

A porta-voz do Bloco foi ainda crítica com os partidos de direita por não apoiarem os orçamentos. Acusou-nos de aceitarem a “chantagem” de Bruselas contra o país. Aliás, salientou que estas contas são as primeiras dos últimos 15 anos que não prevêem nenhuma privatização.

O orçamento irá ser analisado e discutido pelas forças parlamentares em distintas comissões durante o mês de março. A votação final no Pleno da Assembleia da República ficou agendada para o 16M.

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