PCP anuncia uma "acção nacional pelo emprego" e reafirma sua luta contra a UE

O secretário geral do Partido Comunista Português anunciou no comício de encerramento da festa do Avante uma campanha nacional em favor do emprego, os direitos sociais e a defesa da soberania nacional face a UE.

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photo_camera Uma imagen do encerramento do comício do PCP

No primeiro Avante nos últimos 40 anos em que o grupo parlamentar do PCP na Assembleia da República apoia o governo -do socialista António Costa-, o secretário geral da formação comunista, Jerónimo de Sousa, não por isso deixou de colocar um discurso claramente anti-capitalista e contrário à actual União Europeia.

"Saudamos a todos aqueles que, tal como nós, prosseguem na Europa a luta contra a UE, por uma outra Europa dos trabalhadores e dos povos", disse no comício multitudinário que pôs fim, este domingo, à festa das e dos comunistas portugueses.

O PCP tem um compromisso de apoio na Assembleia da República ao governo em minoria do socialista António Costa e no discurso de encerramento do Avante De Sousa fez uma leitura positiva dalguma das medidas adoptadas por este e que foram produto da negociação prévia com a bancada comunista. Destarte, Jerónimo de Sousa fez uma longa enumeração: "No seu conjunto é vasta a lista de medidas positivas, como são exemplo: - a reposição dos salários e das 35 horas de horário de trabalho na Administração Pública, na sequência de um prolongado processo de luta que se desenvolveu ao longo de 34 meses; a eliminação da sobretaxa do IRS, a reposição dos feriados roubados, a reversão do processo de privatização das empresas públicas de transportes terrestres de passageiros, o aumento do salário mínimo nacional, o aumento do abono de família e do complemento solidário para idosos, a redução das taxas moderadoras, a introdução do início da gratuitidade dos manuais escolares, o fim dos exames do 4º e 6º ano, o apoio extraordinário a trabalhadores desempregados, a redução do IVA da restauração".

PCP critica que o PS esteja ainda longe de querer rachar com as "imposições" da UE

Mas mesmo assim o secretário geral do PCP esclareceu que governo de Costa não é verdadeiramente um governo de esquerda sendo que ainda está longe de querer rachar com "as imposições· da União Europeia e com "os interesses do capital monopolista". A assunção por parte do primeiro ministro do actual marco europeu -com subordinação da soberania portuguesa- é, para o PCP, "um grave bloqueio à resposta aos problemas do País" e também uma forma de favorecer os interesses das forças "que querem impor o regresso ao passado".

Aliás, o PCP continua a fazer uma leitura positiva da actual correlação de forças na Assembleia da República ao ter colocado em minoria as formações da direita, o PSD e o CDS, o que permite a bancada comunista ter opções de influir nas políticas do governo.

No comício -ao que assistiram milhares de pessoas- Jerónimo de Sousa anunciou para este mês de Setembro a posta em andamento duma "grande acção nacional pelo emprego, os direitos, a produção, a soberania, pela política patriótica e de esquerda".

O Bloque Nacionalista Galego estivo representado neste comício por Montse Prado, membro da sua Executiva Nacional e número 2 da formação soberanista ao Parlamento da Galiza pela circunscrição de Pontevedra.
 

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