O Rexo: queijo e muito mais

Seguramente boa parte das pessoas que leiam este artigo conheçam O Rexo. Umha iniciativa do Concelho de Alhariz e da Fundación Ramón González Ferreiro que já cumpriu os vinte anos. Este projeto conta com umha exploraçom de ovelhas criadas em extensivo e umha queijaria, mas também com um ecospaço da autoria de Agustín Ibarrola. Todo integrado num Centro de Educaçom Ambiental concebido para difundir e pôr em valor iniciativas que promovem o desenvolvimento rural e a proteçom do meio ambiente. Um centro polo que ao longo das suas duas décadas de existências passárom um senfim de estudantes, fundamentalmente da província de Ourense, mas nom só. Umha dessas iniciativas é precisamente a que forma parte do projeto, a exploraçom ovina e a queijaria. A granja conta na atualidade com mais de 300 cabeças criadas em extensivo. A queijaria elaborou o ano passado uns cinco mil quilogramas de queijo utilizando exclusivamente leite cru das suas próprias ovelhas. Umha iniciativa que permitiu nom só criar emprego e fixar populaçom no rural, mas também recuperar terras que foram abandonadas para a produçom agropecuária, contribuindo deste jeito a evitar os incêndios florestais na zona. Neste mês de março que vem de rematar O Rexo deu mais um passo anunciando que amplia a sua oferta. Um caminho que nom inicia em solitário, mas da mao doutras iniciativas alaricanas: Ecoleia e Castañas Petelo. A primeira é umha marca de leite ecológico de vaca procedente da SAT Torneiros. O seu leite ecológico comercializa-se pasteurizado. A segunda é umha empresa que elabora distintos derivados da castanha. Utilizando pouco mais de vinte mil quilogramas de castanhas procedentes fundamentalmente da Reserva da Biosfera elabora castanha seca, brise de castanha, fariña de castanha, bica, madalenas, bolachas e crema. Desestacionalizar a produçom Em colaboraçom com Ecoleia amplia a sua oferta de queijos, com um de leite de vaca (Torneiros) e outro de mistura (A Corga). As peças deste último superam os 2,5 kg, mas pensando na sua compra polos fogares também se comercializa em formato de cunhas. A utilizaçom de leite de vaca para a elaboraçom de queijos vai-lhe permitir nom só ampliar o seu abano de produtos, mas desestacionalizar a produçom. Em efeito, a produçom de leite de ovelha concentra-se em médio ano e em consequência a produçom do queijo O Rexo também se concentra em seis meses. Sem embargo a produçom de leite de vaca da SAT Torneiros distribui-se ao longo de todo o ano. Deste jeito a queijaria pode manter a sua atividade nos meses em que nom há leite de ovelha elaborando o queijo Torneiros. Também se vai começar a elaborar e comercializar umha sobremesa com matéria-prima procedente das três empresas, leite de vaca (Ecoleia) e ovelha (O Rexo), e crema de castanha (Castañas Petelo). Ademais começárom-se a comercializar pratos precozinhados e envasados ao vazio como som o cordeiro de leite cozinhado a baixa temperatura e as patinhas de cordeiro com gravanços elaboradas ao jeito tradicional. Nas instalaçons do Rexo também se inaugurou umha tenda na que se podem degustar e adquirir nom só estes alimentos, mas também outros produtos da Reserva da Biosfera Área de Alhariz. Ademais agora podem desfrutar dumha visita guiada nom só as escolares, mas qualquer pessoa. Visitas que finalizam na tenda com umha degustaçom de produtos. Umha possibilidade que vem a ampliar o abano de atividades que podem realizar aquelas pessoa que visitam Alhariz ou a Reserva da Biosfera, reforçando assim a oferta turística. Mais alá das singularidades deste caso concreto, esta iniciativa mostra-nos a relevância da cooperaçom, das sinergias empresariais, do aproveitamento dos recursos próprios. Nalguns casos recursos que nom estavam sendo utilizados ou estavam infrautilizados. É o caso da terra, lembremos que a percentagem da superfície galega que é utilizada com fins agropecuários é muito inferior à dos países da nossa contorna; também ao que as características agronómicas dos terrenos permitiria. Recursos como as castanhas, em ocasions nom aproveitadas; noutras consumidas fundamentalmente no outono e inverno, sem que apenas sejam utilizadas para elaborar produtos que podam ser comercializados e consumidos ao longo do ano. Também é umha boa mostra do importante papel que pode jogar a iniciativa pública, neste caso da administraçom local, para impulsar o desenvolvimento socioeconómico, particularmente o desenvolvimento das zonas rurais.