2011-2020: Umha década perdida para a agricultura galega

O Ministério de Agricultura vem publicando desde 2011 de jeito ininterrompido o que denomina resultados da "Renda Agraria Regional". Umha vez que a Conselharia do Meio Rural deixou de publicar as macromagnitudes económicas da agricultura galega, esta é a principal fonte de informaçom sobre a evoluçom macroeconómica do sector agrário galego. Segundo estes dados a renda agrária galega em 2020 era praticamente a mesma que em 2011; 1.267,4 milhons de euros neste ano, 1.282,8 milhons de euros em 2020. Falamos de euros correntes, é dizer, sem ter conta a perda de valor adquisitivo da moeda como consequência da suba de preços. Se considerássemos a inflaçom, convertendo os euros correntes em euros reais, falaríamos dumha reduçom da renda agrária de 5,5%. Este estancamento da renda em termos correntes nom se explica pola evoluçom da produçom, ao contrário, entre 2011 e 2020 cresceu mais de 20%. A razom principal de que subindo a produçom se estancasse a renda, foi o incremento superior à produçom dos denominados consumos intermédios. Som as despesas em insumos correntes, é dizer, alimentos para animais, agroquímicos, combustível, reparaçons, etc. A fatura dos consumos intermédios medrou mais de 30%. A esta suba contribuiu a alça nos preços pagados por estes fatores de produçom. Durante este período os preços pagados polos produtores polos seus inputs crescérom em maior medida que os percebidos ao vender os seus produtos. Um deterioro da relaçom de intercâmbio que piorou notavelmente em 2021 e 2022. A principal partida dos consumos intermédios som os alimentos para animais. Em 2020 ascendérom a 1.654,5 milhons, mais das três quartas partes do total dos consumos intermédios. Os dados mostram o prejudicial que foi a decisom do PP de paralisar o funcionamento do Banco de Terras a partir de 2009 Entre 2011 e 2020 a fatura na compra de raçons para animais medrárom em maior medida que o conjunto dos gastos, mais de 36%. Esta evoluçom evidência umha das debilidades da agricultura galega. Um sector agrário especializado nas produçons animais, mas com umha produçom gadeira muito dependente da compra de pensos. Um modelo que mostra as fraquezas ante a suba dos preços das matérias-primas utilizadas na fabricaçom dos alimentos para animais que se produziu nos últimos anos. Segundo o Ministério de Agricultura em 2022 a alça foi ainda maior, o preço do concentrado para vacas de leite subiu 28,8 % em comparaçom com o ano anterior; o concentrado para vacas de carne 33%. Estas raçons som elaboradas em boa medida com matérias-primas importadas. Na Galiza 88% das matérias-primas agrícolas utilizadas pola indústria de fabricaçom de alimentos para animais som importadas. Produçom e dependência Dá-se o paradoxo de que esta dependência da produçom gadeira dos alimentos comprados para animais, elaborados fundamentalmente com produtos agrícolas importados, dá-se ao mesmo tempo que a parte do território galego que se destina a usos agrários é muito pequena em comparaçom com a nossa contorna. Segundo o Censo Agrário de 2020 a superfície agrária utilizada (SAU) é apenas 20,2% da superfície total, enquanto no conjunto do Estado essa percentagem ascende a 47,3%. Uns dados que evidenciam a necessidade de políticas públicas destinadas a incrementar a SAU na Galiza. Uns dados que mostram o prejudicial que foi a decisom do PP de paralisar de facto o funcionamento do Banco de Terras a partir de 2009. Este comportamento da renda produziu-se ao mesmo tempo que o emprego caia, de 64,8 mil pessoas ocupadas em 2011 passamos a 49,4 en 2020. Desta forma a renda agrária por ocupado em termos correntes medrou de jeito importante (38,5%), mas nom polo crescimento da renda senom pola queda do emprego na agricultura. A evoluçom macroeconómica da agricultura galega foi claramente pior que a do conjunto do Estado. O crescimento da produçom foi algo menor na agricultura galega, mas muito parelho ao do conjunto do Estado. Os consumos intermédios crescérom em maior medida na agricultura galega. Ademais as outras subvençons à produçom experimentárom aqui umha maior reduçom. Enquanto no conjunto do Estado a renda agrária em termos correntes medrou 24,1%, na Galiza apenas cresceu 1,2%. Em 2020, de 100 euros de renda agrária gerados no Estado apenas 4,7 euros correspondem à agricultura galega, 18,4% menos que em 2011. Em definitiva umha década de estancamento para a nossa agricultura, umha década de falta de políticas públicas por parte da Xunta da Galiza destinadas a solucionar os problemas estruturais do nosso agro.