Complicado aborto voluntário
[Nemésio Barxa]
O direito à interrupção à vontade do embaraço (que não obriga, só concede essa possibilidade) semelha como ambíguo, submetido sempre a revisão, de futuro incerto e na necessidade de pelejá-lo cada dia, com a direita cavernícola e a Igreja sempre ameaçante e vigilante.
Temos exemplos na Polonia, onde o governo, obviando as multitudinárias protestas populares, endureceu a vigente lei, a mais restrita da toda UE, enquanto o TEDH olha para outro lado.
Na Argentina, depois de anos de luita sem consegui-lo, com a nova maioria política a lei foi aprovada e sancionada polo Senado, entrando em vigor o 24 de janeiro de 2021, com enorme alegria da maioria cidadania, mas com a opinião adversa do Papa e a ameaça da Fundación Mas Vida, que a recorreu por inconstitucional, apresentando demandas em vários Julgados e pedindo suspensão cautelar; a primeira, num Julgado de Salta, desestimou-se por improcedente, porem houve menos sorte num Tribunal de El Chaco, onde a juíza suspendeu cautelarmente a aplicação da lei.
Nos USA, se o presidente Biden tivesse poucos problemas para reformar os acordos mais lesivos de Trump, recebeu uma dura carta do Presidente da Conferencia episcopal norteamericana por sua tibieza ante o aborto.