Competitividade e trabalho

Continuamos a recolher alguns dos indicadores mais ilustrativos para avaliar os resultados dos governos de Feijóo na economia e sociedade galegas. Desta vez, fazemos uma breve análise da competitividade, da inovação e do mundo do trabalho. De acordo com a análise 01/2021 do Observatório GECE do IVIE, a Galiza está 4,6% abaixo da média estatal em termos do peso das empresas altamente competitivas. A fraca estrutura sectorial, a menor dimensão relativa das empresas e o menor grau de intensidade tecnológica reduzem a sua competitividade e mostram a evolução mais negativa de todas as comunidades autónomas na contribuição das empresas mais competitivas para o valor acrescentado e o emprego. Baixa solvência a curto e longo prazo, e capacidade reduzida para atrair capital humano. De acordo com o último relatório do ICREG 2020, publicado pelo Conselho Geral de Economistas, a Galiza está no grupo de nível competitivo médio-baixo. A nossa posição competitiva está, em resumo, na 9ª posição das 17 comunidades autónomas, destacando a má situação das infra-estruturas básicas e a eficiência empresarial, e está classificada como média-baixa em termos de inovação. O investimento galego em I&amp;D interno em percentagem do PIBpm continua a registar um grande diferencial negativo em relação às médias estatal e da UE. O rácio antecipado para 2020, de 1,09%, é ligeiramente superior ao de 2009, embora esteja longe do do País Basco, que lidera o investimento em I&amp;D no estado com 2,20%, sendo a média estatal de 1,41%, ou do da Alemanha com 3,14%, sendo a média da UE-27 de 2,32%. Dos 0,97% investidos em 2019 na Galiza, 0,51% correspondeu a empresas privadas, 0,32% a universidades e apenas 0,13% à administração pública, muito inferior ao esforço público médio estatal de 0,22%. Os orçamentos da Junta, não recuperaram o nível de investimento nos programas de inovação e investigação universitária de 2009, até 2018, una década depois. O orçamento de 2022 atribuído pelo Conselharia da Economia, Emprego e Inovação ao Plano Galego de Investigação, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (programa 561A) foi de 151,6 milhões de euros (excluindo as rubricas afectadas de Rural e Mar), e de 78,9 milhões para o programa de Investigação Universitária 561B no âmbito de Cultura, Educação e Universidade. No entanto, a execução orçamental é baixa. Em 2021, apenas 54,5% do 561A tinham sido implementados, e a atribuição do 561B foi modificada para baixo em 16% do crédito inicial. Trabalho A baixa expectativa de rentabilidade desencorajou o investimento produtivo, levou à destruição da força produtiva e reduziu o potencial de desenvolvimento socioeconómico. O emprego e os salários foram mais uma vez as principais variáveis de ajustamento à crise durante a época de Feijóo. Entre 2009 e junho de 2022, a população activa diminuiu por volta de 70.000 pessoas e a taxa de actividade caiu de 54,8% para perto de 53%. O grupo mais afectado foi o dos menores de 40 anos, que diminuiu em 255.200 pessoas. Em 2013, o nível de emprego pré-crise de 2008 começou a recuperar, mas a pandemia interrompeu o processo. Para mais, persiste a grave fenda de género a respeito do estado, bem como na taxa de actividade. Entre 2009 e 2020 a população ocupada por sectores desce, nomeadamente na agricultura, indústria de manufatura e construção, afundando assim a terciarização da estrutura produtiva, o que significa uma precarização adicional do emprego, uma vez que na Galiza, o sector de serviços é caracterizado pela temporalidade, a feminização de muitos empregos e salários mais baixos. No período 2009 - 2021 pode ser observada uma diminuição do número de registos na segurança social. Isto é explicado pela evolução das outras variáveis. Mais uma década perdida para tirar partido de todo o potencial produtivo da sociedade galega. O trabalho a tempo parcial aumentou a sua quota no emprego total, atingindo 14,3% em 2021, contra 10,9% em 2009. Em 2009, 25,7% dos contratos eram temporários e, embora o seu peso tivesse sido reduzido, no primeiro trimestre de 2022 ainda se encontravam a um nível elevado, exactamente 22,46%. A taxa de contingência na administração da Junta foi de 20% em 2009 e encerrou 2021 com 21%, apesar da necessidade urgente de pessoal nas áreas da saúde, educação e serviços sociais. Os salários e pensões médios na Galiza continuam a ser inferiores à média do Estado. Em 2020, os salários médios eram 4,7% inferiores à média do Estado e a pensão de reforma média era 15,41% inferior à média estatal em Março de 2022. O aumento de 20% da produtividade laboral na Galiza entre 2009 e 2020 não foi igualado por aumentos salariais proporcionais, indicando uma tendência para aumentar a exploração laboral em maior medida do que no Estado. O elevado nível de inflação na economia galega desde o verão de 2021 levou a uma grave perda de poder de compra para a classe trabalhadora galega, quer activa quer reformada, e em maior medida do que a média do Estado.