O debate: Debería volver estabelecerse o servizo militar obrigatorio?

Militares españois durante un desfile. (Foto: Jorge Peteiro / Europa Press)
Na Alemaña, Italia, Portugal ou o Estado español volve á palestra o debate sobre a conveniencia ou non de retomar a obriga de cumprir o servizo militar

Antonio Méndez

Avogado

Carlos III promulgou a Real Ordenanza de Substitución Anual do Exército Obrigatorio e deu orixe ao que comunmente coñecemos como a 'mili'. Isto significaba o desenvolvemento da actividade militar por unha persoa, de maneira obrigatoria, durante un tempo determinado. En España o Goberno de José María Aznar puxo fin a máis de dous séculos de recrutamento militar cun Real Decreto o 9 de marzo de 2001.  En 1982 -segundo datos de Military Balance- o exército español estaba composto de 342.000 homes, dos cales 255.000 eran recrutas da mili obrigatoria.  Catro décadas despois as Forzas Armadas reducíronse ata quedar nun terzo do que foron, con 125.000 efectivos e 15.000 reservistas.

O recrutamento obrigatorio terminou desaparecendo en moitos países occidentais a finais do século XX, basicamente por dúas razóns: pola contestación social de importantes sectores da poboación, sobre todo da mocidade; e por razóns operativas, principalmente a raíz dos avances tecnolóxicos. Neste sentido, argumentábase que hoxe as guerras decídeas a superioridade tecnolóxica, polo que resulta moito máis eficaz, e mesmo máis barato, un exército reducido e especializado.

Pero agora volve con certa forza o debate sobre a necesidade de reimplantar o servvizo militar obrigatorio (SMO). Ao redor dunha de países no mundo, segundo o World FactBook, contan con algún tipo de servizo militar obrigatorio. Aínda que a maioría de países en Europa, do mesmo modo que fixo España, suprimiron os seus SMO aínda están presentes no continente. En Europa, países como Albania, Austria, Lituania, Acerbaixán, Bielorrusia, Chipre, Ucraína, Dinamarca, Suecia, Suíza, Estonia, ou Grecia manteñen o servizo militar obrigatorio, segundo o informe de The World Factbook actualizado en 2021. Neste sentido, Lituania e Suecia son bos exemplos de países que reintroduciron o SMO recentemente.

Reintroducir o SMO ten argumentos operativos e políticos. Nos primeiros, a importancia do factor humano nos exércitos, que non pode ser substituído pola tecnoloxía, como se ve en Ucraína, unha guerra que non fai se non reforzar o debate sobre o SMO. Entre os argumentos políticos, o servizo militar obrigatorio fai que a cidadanía asuma a idea de que a nosa liberdade política, con todo o que iso implica (eleccións libres, separación de poderes, respecto aos dereitos humanos, liberdade de expresión...) é unha conquista que ten que ser defendida e garantida, pois se pode perder.

E hai un argumento máis: a igualdade. A ninguén se lle escapa que hoxe en día o exército non está integrado por mozos de clases medias e clases altas. Isto xa acontecía en séculos como o XIX, cando os que tiñan máis recursos pagaban para livrar de ter que ir ao servizo, mandando outro no seu lugar.

Por suposto, o servizo militar obrigatorio que se decidise desenvolver debería ser moi distinto ao que existía nas décadas anteriores á súa desaparición e coñeceu unha parte importante da sociedade española. 

Debe comprender homes e mulleres, tamén debe ensinar algo máis que a desfilar e a disparar, ten que ser curto pero recorrente, ter unha dimensión europea, ser moito máis selectivo e adaptarse ao que é a sociedade española do século XXI


Joám Evans

Director do Center for Global Nonkilling

Desde o início dos anos 60 até ao fim da Guerra Fria a defesa militar teve como pano de fundo a 'des-truição mútua assegurada' (Mutual Assured Destruction, MAD, 'loucura', na sua abreviação inglesa) que garantia uma conflagração nuclear no mundo. 

Na mesma altura começa a discussão e planificação de alternativas não militares que receberam a de-signação 'defesa social' e se sustentavam no princípio de resistência civil não violenta e de não cooperação com o sistema militar como estratégias frente a uma agressão exterior ou repressão interior. O livro de Erica Chenoweth e Maria Stephan, Why Civil Resistance Works (2011), voltou a colocar o foco na validade das estratégias não violentas ao demonstrar a sua superioridade em termos de sucesso frente às revoluções ou insurgências armadas.

Um estudo oficial da Suécia de 1972 concluía que a defesa civil, mesmo não se considerando um substituto total das forças armadas, seria a melhor alternativa ante uma ocupção total por parte de uma potência militarmente superior, uma ocupação dos centros urbanos, uma ocupação com fins extrativos ou o ataque por parte de re gimes parlamentares-liberais. Entre as táticas da defesa civil encontram-se os 198 métodos que Gene Sharp inclui em The Politics of Non violent Action, desde a sabotagem até a greve permanente. 

As guerras que Ocidente tem iniciado no que vai de século XXI evidenciam esta tese em dous sentidos. Em primeiro lugar, colocaram em evidência a incapacidade da defesa militar, mesmo no caso de potências regionais como o Iraque ou a Líbia, para enfrentar com êxito uma agressão por parte das potências mundiais. Neste sentido, os milhares de mihões de euros anuais investidos em despesas militares foram perfeitamente inúteis.  

Em segundo lugar, as maquinarias militares mais avançadas do mundo acabaram por resultar igualmente inservíveis para prolongar ocupações confrontadas com a não cooperação de amplos setores da população. 

Este último facto explica-se devido à dificuldade para um agressor externo de controlar um território quando a defesa deste não depende de uma estrutura de autoridade central ou hierárquica que possa ser destruída ou decapitada.  É o que Robb em Brave New War e Vail em Rhizome Network Defense Strategies chamaram estrutura de defesa em rizomas, argumentando a sua superioridade estratégica frente a um ataque hierárquico. Temos um exemplo na história da Galiza com a francesada. 

Enquanto a estrutura político- militar convencional criada pola Junta Superior do Reino em 1808 fracassou estrepitosamente, do seu colapso em 1809 emergiu uma estrutura popular rizomática que dizimou as tropas napoleónicas em poucos meses. 

Cumpre repensar o papel como pessoas e comunidades para criarmos um modelo de defesa não militar alternativo ao estatal. No entanto, a incapacidade de imaginar alternativas ao modelo de defesa militar e de exércitos profissionais permanentes continua a ser evidente mesmo nas pretensas vanguardas.

 Ignora-se a existência de 27 países sem exército (como a Costa Rica), dos 20 territórios desmilitariza-dos (como as Ilhas Aland) e dos países sem exércitos profissionais permanentes. No fim das contas, como se destacava no livro Nonkiling Security and the State (2013), há uma incapacidade para imaginar um estado sem exér-cito, o que equivale a colocar em causa a definição de estado com base ao monopólio do uso legítimo da força letal.

 

Alternativas á defensa militar