A evoluçom das margens empresariais

Em Julho deste ano o Observatório de Dados Empresariais publicou o seu primeiro informe trimestral sobre a evoluçom das margens empresariais no Estado Espanhol. O Observatório é um projeto do Ministério de Assuntos Económicos, a Agência Estatal de Administraçom Tributária e o Banco de Espanha. O seu objetivo é dar a conhecer informaçom sobre as margens empresariais. Esse primeiro informe centra a sua análise no rácio da margem sobre as vendas, é dizer, no Resultado Económico Bruto de Exploraçom dividido entre as vendas. Para isto utiliza informaçom da Agènca Tributária e da central de balanços do Banco de Espanha. Ademais o Observatória também publica informaçom estatística sobre a evoluçom dos resultados empresariais, de carácter anual e trimestral. Neste último caso com origem na Agência Tributária. De acordo a estes dados um facto a sinalar é que o resultado bruto de exploraçom (RBE) alcançou em 2022 níveis históricos. Segundo os dados trimestrais publicados polo Observatório referidos à populaçom homogénea corrente o RBE em 2022 foi 30,3% mais elevado que o de 2021 e 42,5% que os níveis prepandémia. Também as margens (RBE/Vendas) aumentárom significativamente mostrando a capacidade empresarial para trasladar o incremento dos seus custos aos preços de venda. Nos dous primeiros trimestres deste 2023 seguírom crescendo. O RBE aumentou 15,5% em comparaçom com o mesmo período de 2022 e a margem sobre vendas 14% (1,6 pontos percentuais). O crescimento do RBE foi muito superior ao da massa salarial. Em 2022 esta foi 13% superior a 2019 (lembremos que o RBE medrou 42,5%). Deste jeito os salários que sempre se mantiveram por riba do RBE, com a exceçom pontoal dalguns trimestres, desde o terceiro trimestre de 2021 estám por debaixo. No segundo trimestre de 2023 representam apenas 80% do RBE. Diferenças entre sectores Agora bem estes dados agregados em realidade apresentam diferenças muito notáveis entre uns sectores económicos e outros. No seu informe o Observatório salienta precisamente este facto. Sinala particularmente a evoluçom nos sectores relacionados com a produçom e distribuiçom de energia: Nos dous últimos anos, a intensa recuperaçom da atividade económica e a queda das exportaçons de combustível de Rússia contribuírom a um aumento muito significativo das margens do sector de produçom e distribuiçom de carburantes. Também mostrárom um comportamento similar as margens no sector de subministro de eletricidade e gas, se bem com umha notável heterogeneidade intra-sectorial. O resultado bruto de exploraçom em 2022 foi 30,3% mais elevado que o de 2021 e 42,5% que os níveis prepandémia De acordo a este informe o rácio REB sobre vendas na rama de produçom e distribuiçom de carburantes passou de 2% a finais de 2020 a perto de 17% a começos de 2023. No caso da eletricidade e gás, trás umha reduçom na primeira metade de 2021, as margens começárom a crescer até alcançar 25% no início de 2023. Segundo as cifras publicadas polo Observatório o resultado bruto de exploraçom desta rama em 2022 multiplicou por três o alcançado em 2021, com umha suba de dez pontos na sua margem sobre vendas. O RBE de 2022 também triplicou ao de 2019, antes da pandemia. Noutras ramas nom aconteceu o mesmo, entre elas cabe sinalar umha de especial relevância na estrutura industrial galega, a indústria de alimentaçom. O RBE em 2022 foi inferior ao dos seis anos anteriores. A margem sobre vendas também sofreu umha forte contraçom. Segundo o Observatório um dos fatores que explica esta evoluçom foi a suba dos custos energéticos que nom se trasladou aos preços de venda. Porém em 2023 observa-se umha recuperaçom da RBE e das margens. Umha situaçom muito distinta é a do comércio de alimentos. Neste caso si houvo umha forte suba das margens que subírom 50% em 2022; aumentando ainda mais no primeiro semestre de 2023. As ramas de produçom e distribuiçom de combustíveis e a de subministro de eletricidade e gás tenhem umha especial relevância económica por tratar-se dum importante insumo doutros sectores. O Observatório, recolhendo as conclusons doutro estudo, sinala o peso dos custos energéticos e do petróleo no total dos custos empresariais como um dos elementos que mais condicionam a evoluçom das margens empresariais. Som ramas, com umha importante concentraçom empresarial e que oferecem bens que se caracterizam por umha baixa elasticidade da procura (os compradores apenas reduzem o consumo quando sobem o preço). Deste jeito, ante a ausência dumha intervençom pública que o impedisse, aproveitárom a conjuntura para impor umha suba dos seus preços maior que a dos seus próprios custos empresariais, alimentando a inflaçom.