Os comedores escolares

A Organização de Consumidores e Usuários (OCU) vem de publicar um estudo sobre os menus nos comedores escolares. Um documento elaborado a partir da análise da composiçom de mais de 600 menus. Nom é umha mostra representativa, mas sem dúvida algumha a sua demolidora conclusom merece a nossa atençom e preocupaçom: nem um só dos menus analisados cumpre as recomendaçons da Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutriçom. A forma de preparar as verduras nom é a melhor na maioria dos casos. O consumo de ovos nom alcança o mínimo recomendado. Os embutidos demasiado graxos estám presentes em excesso. A oferta de peixe azul nom alcança o mínimo desejável. A fruta tampouco é suficiente e nom tem a variedade necessária. Os legumes escasseiam. Os precozinhados industriais abondam em excesso. Nem um só dos menus analisados está completamente equilibrado. Estám muito desequilibrados 45%, umha percentagem que se eleva no caso dos fornecidos por empresas de catering. Se a comida se elabora no próprio centro os menus muito desequilibrados baixam a 39%. Segundo a OCU 40% das e dos estudantes de infantil e primária comem no colégio. Trata-se, ademais, dumha das despesas mais importantes do curso para as famílias. Um serviço que cada vez mais prestam empresas de catering, grandes empresas que elaboram diariamente milheiros de jantares que se distribuem entre os distintos comedores. Precisamente em setembro deste ano os meios de comunicaçom recolhiam a notícia de que a Xunta lhe entregara a oito empresas a gestom dos comedores escolares para os dous próximos cursos. Fiel aos interesses empresariais, o PP segue primando as grandes empresas foráneas, na vez da produçom própria de qualidade A maior parte do orçamento de 25 milhons de euros vai parar às maos de empresas de catering de fora da Galiza. Umha nova oportunidade perdida, nom só para melhorar a qualidade nutricional dos menus, senom também para avançar na posta em marcha dumha política agroalimentar. Umha política que vincule a alimentaçom de qualidade com a produçom própria, com o abastecimento de proximidade. Que melhor ocasiom para apoiar a produçom própria de produtos de horta na que somos tam deficitários ou para promover a produçom ecológica? Atuaçons que impulsem a transformaçom agroalimentar local e a criaçom de emprego. Medidas que redundem positivamente no meio ambiente, reduzindo a nossa dependência dos food miles, contribuindo a rebaixar a emisom de gases de efeito estufa. Políticas que favoreçam a educaçom das nossas crianças no que tem a ver com a nutriçom e a gastronomia, prevendo o que já é umha lacra nas sociedades modernas: a expansom das enfermidades associadas a umha alimentaçom inadequada (diabete tipo II, patologias cardíacas, distintos cancros...). Diversos estudos evidenciam que nos países desenvolvidos estas som já a principal origem de gasto sanitário. Embora podam ser questionáveis os indicadores utilizados para medir a obesidade é inquestionável o aumento da obesidade infantil e a sua relaçom com a dieta. As experiências noutras comunidades mostram-nos que isto é possível, embora nom seja cousa dum dia. O exemplo do comedor de empresa de Inditex também nos permite ver como se pode oferecer um menu de qualidade a milheiros de pessoas abastecendo-se em boa medida com produtos de proximidade. Polo seu volume de negócio, cada vez mais importante, o mercado dos comedores coletivos em geral, particularmente o dos comedores de centros de ensino, converteu-se num apetitoso bocado para grandes empresas multinacionais. Atores que operam em todo o mundo. Grupos que fornecem alimentos preparados a comedores de empresas, residências, hospitais, escolas, administraçons, prisons, etc. No conjunto do Estado de acordo a Food Service España (patronal do sector), a educaçom supom 34% do volume de negócio, por detrás do segmento sociosanitário que aporta 43% dos ingressos da restauraçom coletiva. Um estudo publicado em 2018 referido ao conjunto do Estado descreve umha tendência à oligopolizaçom com quatro empresas que controlam 70% dos centros de ensino com serviço de catering para os que tenhem dados: Serunion (do Grupo Elior, multinacional francesa que é a líder mundial), Compass Group (britânica), Aramark (estadunidense) e Ausolan (basca). Umha tendência que vai da mao das políticas aplicadas pola maioria das administraçons. Neste sentido o PP nom tem dúvida: sempre fiel aos interesses empresariais, segue primando as grandes empresas foráneas, na vez da produçom própria de qualidade e a segurança alimentar.