Opinión

Por um Natal e Aninovo... novos

“Trae un Neno o Nadal
que ven do ceo, 
e nace con vivo afán 
de dar Alento.
Este neno trae paz, 
pois cura medos, 
chamándonos a amar, 
co seu exemplo”.  

Recebi na Noiteboa, entre os muitos parabéns que me chegaram estes dias, estes versos do bem-querido amigo Xosé Antón Miguélez, saídos expressamente da sua pluma para este Natal. Obrigado Xosé, a ti e a todos os poetas que estes dias nos dão um pouco de ledicia e esperança para encarar um novo ano cheio de incertezas. Obrigado também pelos bons desejos que transmitides todos os amigos que mandastes tantos parabéns.

Para os que seguimos a acreditar em Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus, como Salvador, é reconfortante sentir outra volta mais que ele “dá Alento”, “trae paz” e “cura medos, chamándonos a amar co seu exemplo”. O absurdo que manifesta cada dia este mundo tolo, violento e injusto, fustiga o éxito de tal Criança; cumpre-nos ter presente que ele mesmo acabou numa cruz pelo que defendeu.

Porque, se rematamos cada ano com os melhores desejos de Natal e dum novo ano com paz, justiza e harmonia com toda a criação, a realidade é que cada ano seguimos a converter aquele humilde nascimento num pesebre modelo de austeridade em orgia de consumismo, em atentado contra a pobreza em que vive a maior parte da humanidade e contra o equilíbrio duma natureza da qual estamos esgotando os seus recursos energéticos e alimentarios. O contrário do Natal de origem.

O derroche e as luzes destes dias venhem a ser neste sentido “um todo-mal de livro”. Assim de bem o expressava Xabier Pumariño nas páginas de Sermos, falando do atentado que supõe o alumeado de Natal, ainda que o alcalde de Vigo insista em que é economicamente rentável, porque o gasto municipal se compensa com o retorno por via dos ingressos dos comerciantes e hoteleiros.

O progresso da economia não pode ser o primeiro valor duma boa sociedade. Primeiro é o equilíbrio duma vida sustentável, para toda a gente e para a natureza. 

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