Opinión

Os irmãos Peleteiro

O ano 2020 levou-se-nos muita gente boa; algumas pessoas mui conhecidas e outras menos. Uma destas foi Bieito Peleteiro; possivelmente pouco conhecido para muitos leitores, mas moi querido para outros no âmbito da Igreja galega e do galeguismo.

Bieito Peleteiro formava parte dum grupo de três irmãos frades paúles que viveram a sua fé cristã com um forte compromisso sociopolítico cos labregos desde opções claramente nazonalistas: Manolo -o mais velho, traje de pana, zocas e boina- Bieito e Xosé Carlos, finado ha dez anos. Nasceram no seio duma família ourensá moi religiosa e galego-falante. Entraram na congregação dos Padres Paules, repartindo-se logo entre o colégio dos Milagres (Maceda), o de Marin e Bieito no trabalho na emigração. Após um conflito no colégio ourensano, os três recalaram numa paróquia rural, como uma opção pela Galiza marginada, instalando-se en Filgueira de Barranca (Cesuras) com uma irmã também religiosa paul. Ali viveram case vinte cinco anos (1978-2000), levando nessa e outras paroquias vizinhas um exemplar labor de desenvolvimento humano e religioso. Um caso tão excepcional que abondaria para fazer um livro.

Porém, despois de tantos anos, vendo a falta de resposta nas paroquias às suas propostas, por parte dos padres vizinhos e dos próprios fregueses, assim como a falta de apoio institucional, foram-se com o desejo de fazer algo novo noutro lugar. O provincial paúl mandou-os aos três para o colégio de Vilafranca do Bierzo, onde trabalharam outros dez anos, ocupando-se também de paroquias vizinhas. 

Nese tempo destinaram a Bieito a Gijón e logo a Huelva, cada vez mais longe da sua Galiza, acabando por enfrentar-se aos seus superiores e abandoando a congregação. Xosé Carlos morreu dum infarto, e Manolo, canso duma praxe pastoral que non quadrava cos seus ideais, volveu a casa petrucial com Bieito, em Ferreirarúa, onde viveram até agora, trabalhando no campo coma qualquer vizinho e colaborando en cousas da Igreja e as atividades culturais com eles. Ali seguiram vivendo a sua fé cristã em compromisso coa Terra e a língua. DEP.

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