Opinión

Ódio e impotência

Quando isto escrevo, não se sabe ainda com seguridade se o assassinato do mozo Samuel Ruiz foi um delito de homofobia ou não; mas alguma testemunha diz que o assassinaram ao berro de “maricón” e os coletivos LGTBI+ asseguraram-no quando convocaram manifestações para o domingo seguinte, cum cartel no que as mãos pintadas coas cores da sua bandeira chorreavan sangue. Mas, em qualquer casso, é um delito de ódio; matar a uma pessoa a golpes é a máxima expressão de ódio, pois faz falha malhar com muita sanha a uma pessoa até mata-la.

O ódio está sempre vencelhado ao medo, ainda que os que o exercem pretendam manifesta-lo coma o contrario. É o caso da homofobia, a lgtbifobia, a misoginia, a aporofobia ou a xenofobia, a efebofobia e paidofobia –porque mozos e crianças são agora os que mais propagam a COVID... –, e a gerontofobia –porque os velhos som um estorvo e uma ruina para a SS... –, e ainda, nos países da Iberia, a galegofobia ou catalanofobia, porque o idioma de Espanha é o castelano-español, uma língua como é devido, e “querem crebar a unidade sagrada da Pátria”.

O ódio ao diferente é o contrario ao direito a ser um o que é, respeitando aos que são de outro jeito. É a expressão de que o que eu são é “o que deve ser”; por isso, tudo o diferente é uma depravação, ou em todo caso um atraso que cumpre esconder, corrigir, extirpar e purgar, porque eu e e são superior. No canto de ser uma verdadeira expressão de poder, é uma maneira de canalizar a impotência cum falso poder. Tenho dito e escrito muitas vezes que o machismo é uma expressão do medo a que as mulheres, com o que superam aos varões, podam sacar-lhe o posto superior de macho hetero-branco-ocidental que ganharam na sociedade patriarcal. Por isso precisamos educar para uma sociedade baseada no respeito, a tolerância e a empatia.

O ódio está metido em todos os recantos da sociedade. Infelizmente, também numa Igreja patriarcal que diz representar a uma religião cujo fundador manifestou um amor especial pelos diferentes, pelos mais marginados; e cuja mensagem foi sobre tudo de amor e de paz ante os conflitos pessoais e sociais.

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